Velhas cartas, novas cartas
Durante as festas do fim de ano, meu amigo Renan Lovato descobriu uma preciosidade familiar: os cadernos manuscritos de sua bisavó, Maria Conceição Ennes Lovato. Um dos volumes, datado de 1930, contém várias poesias em letra de mão.
Professora de crianças, a bisavó de meu amigo Renan tinha uma bonita caligrafia e um português corretíssimo. Os cadernos reúnem quadrinhas singelas (de autoria própria) e algumas trovas populares. Aqui vai um exemplo de trova que Maria ouviu e aperfeiçoou: “Eu amo as flores em manhãs serenas, Frescas, viçosas, perfumando o prado; Porém adoro muito mais ainda Um teu sorriso, um teu doce agrado.” Meu amigo Renan comoveu-se com o cuidado da bisavó em guardar os poemas para as gerações futuras. Se estivesse aqui, certamente Maria Conceição ficaria feliz em saber que o bisneto é hoje um médico formado e está concluindo a residência em neurocirurgia na Santa Casa de São Paulo. Ainda bebê, Renan foi levado até a bisavó, que achou muito bonito o nome da criança e fez um comentário profético:
Renan é um nome de médico, nome de doutor!
O empresário Ary Sudan é outro amigo que neste dezembro recebeu uma carta especial. Essa carta, no entanto, não veio do passado, veio do presente. O remetente é Robert Vieira, 21 anos. No texto — também escrito em bom português — o jovem londrinense conta a sua história.
Nascido numa família simples de trabalhadores, Robert desde pequeno revelou talento para a vida de estudos. Destacou-se a ponto de ser selecionado para o Programa Bom Aluno de Londrina. A partir de 2008, começou a receber aulas particulares de reforço em língua portuguesa, matemática, leitura e inglês. No final de 2009, passou a estudar no Colégio Marista, com as