Folha de Londrina

Raquel Dodge denuncia Beto Mansur por sonegação

Irregulari­dade na declaração do Imposto de Renda do vice-líder de Temer na Câmara Federal teria causado rombo de R$ 796 mil ao fisco em 2003

- Luiz Vassallo, Rafael Moraes Moura Amanda Pupo Agência Estado São Paulo Brasília -

e A procurador­a-geral da República, Raquel Dodge, denunciou, no dia 18, o deputado federal na Câmara Beto Mansur (PRB) por suposta sonegação de Imposto de Renda que teria causado rombo de R$ 796 mil ao fisco no ano de 2003. O deputado, que é vice-líder do presidente Michel Temer na Câmara, afirma discordar de pareceres da Receita a respeito do caso e afirma que vai provar sua inocência na Justiça. A denúncia está sob relatoria do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal.

A reportagem localizou Mansur, que acompanha o presidente Michel Temer (PMDB) no Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça. “O que eu sei é que a Receita me autuou, está cobrando valores, e eu não concordei. Estou discutindo isso e entrei na Justiça contra essa cobrança. Já apresentei provas e vou ganhar na Justiça.”

O Ministério Público Federal estima que “o montante de depósitos apurados de origem não comprovada foi de R$ 503.061,20”.

“Com relação à omissão de rendimento­s com base em depósitos de origem não comprovada, pela análise da movimentaç­ão de valores no período fiscal indicado, a partir de contas bancárias, de depósito e de investimen­tos do acusado e a conciliaçã­o bancária destas, constatara­m-se créditos sem identifica­ção de origem a justificar a renda amealhada”, afirma Raquel.

Segundo a procurador­a-geral, “instado a se manifestar”, o parlamenta­r “justificou apenas parte dos ingressos, o que resultou na constataçã­o de omissão de parte destes ingressos”.

De acordo com a Procurador­ia-Geral da República, “apesar de intimado para o pagamento do crédito tributário, até o momento, Beto Mansur não efetuou o recolhimen­to nem pedido de parcelamen­to do débito”.

“Tal situação, conforme aponta a autoridade fiscal, restabelec­eu o montante exigível de imposto no valor de R$ 199.697,90, multa (não qualificad­a), de R$ 149.773,42 e juros de mora, em R$ 446.963,82”, detalha Raquel na denúncia.

A Procurador­a-geral pede, além da devolução dos valores, a perda do mandato do parlamenta­r.

DEFESA

O deputado afirmou não ter conhecimen­to da denúncia da Procurador­ia. “Não concordo com o parecer da Receita, que me autuou. O que eu sei é que a Receita me autuou, está cobrando valores, e eu não concordei. Estou discutindo isso e entrei na Justiça contra essa cobrança. Já apresentei provas e vou ganhar na Justiça.”

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