Folha de Londrina

Em discurso, Lula provoca Judiciário

- Julia Lindner e Renan Truffi, enviados especiais Agência Estado

Porto Alegre - Um dia antes do Tribunal Regional Federal da 4ª Região ( TRF-4) julgar seu recurso, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou seu discurso afirmando que não falaria sobre caso do triplex do Guarujá, pois já provou sua inocência. Ele não evitou, no entanto, uma provocação ao Judiciário: “Duvido que exista nesse País um magistrado mais honesto do que eu”.

Lula participou da “grande marcha” promovida pelo PT, no centro de Porto Alegre.

Ele discursou em cima de um carro de som, ao lado de políticos como a ex-presidente Dilma Rousseff, a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), o líder do PT no Senado, Lindbergh Farias, a presidente do PCdoB, Luciana Santos, e a pré-candidata à presidênci­a da República pelo PCdoB, Manuela D’Ávila. A previsão é que ele voltasse para São Paulo ainda na noite de ontem e acompanhe o julgamento hoje da capital paulista.

Com discurso de candidato, Lula disse que em fevereiro voltará a Porto Alegre para fazer uma “caravana”. “Só uma coisa vai me tirar do que eu estou fazendo, é o dia que eu não estiver mais aqui”, declarou. Ele disse ainda que “não existe partido político melhor do que o PT” e que acredita que “a esquerda vai se unir em torno de um projeto para recuperar o País”.

Lula também avaliou que o mercado “tem medo” de sua candidatur­a. “Eu não sei se é medo do Lula voltar em 2018; se for medo, é bom. O mercado tem medo do Lula, mas eu não preciso do mercado, eu preciso de empreended­ores, de empresas produtivas, de agricultor­es familiares”, declarou.

Lula focou sua fala em críticas ao governo do presidente Michel Temer e lamentou os “desmontes” feitos no País nos últimos meses, citando propostas como as reformas previdenci­ária e trabalhist­a.

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