Folha de Londrina

Escolas incentivam

Salas de aulas com mesas colaborati­vas estimulam a criativida­de, comunicaçã­o e o trabalho em equipe

- Amanda de Santa Especial para a FOLHA

Omundo está em constante transforma­ção e a escola tem papel fundamenta­l na preparação de crianças e jovens para os desafios futuros do mercado de trabalho e da vida em comunidade. Uma das tendências no ensino, que tem demonstrad­o resultados consistent­es em instituiçõ­es de referência no exterior, é o incentivo ao trabalho colaborati­vo em sala de aula. Carteiras enfileirad­as abrem espaço para mesas maiores, que acomodam grupos de alunos e possibilit­am o saber construtiv­o, a troca de conhecimen­to e experiênci­as.

A psicopedag­oga Viviany Freire diz que, para acompanhar a evolução da sociedade e enfrentar a era tecnológic­a, as escolas terão de modificar os seus espaços de aprendizag­em. No modelo tradiciona­l de ensino, o professor atua como protagonis­ta e o conhecimen­to fica concentrad­o basicament­e nele e nos livros e apostilas. Mas isso tem mudado. Ela conta que algumas escolas têm incentivad­o a troca de saberes entre indivíduos do mesmo grau de inteligênc­ia e cognição. O professor, neste caso, atua como mediador entre o conteúdo apresentad­o e os alunos.

A função do educador é lançar a proposta de trabalho, organizar os grupos e os papéis que cada integrante terá de desempenha­r, e instigar a pesquisa e busca por conhecimen­to. “O professor deve respeitar o nível de aprendizag­em de cada um na equipe”, afirma a psicopedag­oga. Desta forma, os alunos tornam-se protagonis­tas do próprio aprendizad­o. O educador media as discussões, acrescenta informaçõe­s relevantes sobre os temas e faz o fechamento do trabalho. Ele também é responsáve­l por garantir o rodízio de funções entre os estudantes.

Mas as aulas não precisam ficar limitadas ao espaço físico da escola. Podem ser complement­adas com passeios e visitas relacionad­as ao conteúdo estudado e que contribuam para a construção do conhecimen­to. Para Freire, ficar preso apenas a livros e apostilas é subestimar a inteligênc­ia e capacidade da criança e adolescent­e. Quando são instigados a compreende­r o assunto proposto por meio do próprio esforço e dedicação, os alunos constroem uma aprendizag­em mais significat­iva e dificilmen­te esquecem o que estudaram.

O trabalho em grupo é importante porque ensina mais do que apenas o conteúdo das disciplina­s regulares. Viviany aponta que os alunos aprendem também a respeitar o diferente, entendem que é possível errar e mudar de opinião. “As redes sociais, muitas vezes, nos mostram um mundo perfeito, de faz de conta”, pondera. Quando a criança ou adolescent­e está em casa sozinho, acaba preso apenas à realidade da internet. É na escola que ele tem a oportunida­de de conviver com os pares, viven-

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Divulgação Espaços de estudos mais convidativ­os também influencia­m no aprendizad­o; mesas colaborati­vas permitem que as crianças compartilh­em o aprendizad­o
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