O ‘pensar’ em grupo
ciar novas experiências, aprender a ouvir e a esperar, debater opiniões. Estas lições não estão nos livros, mas nas relações interpessoais. “Ninguém é perfeito em tudo e este é o maior ensinamento que podemos dar para as crianças”, ressalta.
SALAS DE AULA COLABORATIVAS
A diretora pedagógica do Colégio Interativa, Jane Orsi, diz que o espaço físico tem um peso muito importante para a aprendizagem. Em 2004, ela esteve em uma escola pública de referência em Portugal e viu que lá não existiam carteiras individuais, mas mesas colaborativas. “Percebemos que eles não tinham problemas de disciplina. As crianças compartilhavam e aprendiam umas com as outras”, conta. Foi então que a equipe da escola londrinense passou a estudar mais a fundo o modelo.
“No ano passado, estive em Cingapura e na Finlândia e pude comprovar que esse é o caminho”, afirma Orsi. As crianças, segundo ela, gostam de conversar. Hoje, existe uma série de jogos eletrônicos colaborativos, os próprios grupos em aplicativos de mensagens instantâneas comprovam essa necessidade de interação. Ao adotar as mesas colaborativas, a diretora pedagógica diz que o estresse dos alunos diminuiu. Para o professor, na avaliação da diretora pedagógica, apesar de um problema ou outro de disciplina, a disposição das salas ajudou. “Ele consegue ir de grupo em grupo e atender melhor cada aluno.”
As mesas colaborativas estão presentes nas salas de aula da educação infantil ao fundamental II. “No ensino médio, as turmas, por enquanto, revezam-se em uma sala. Mas já começamos a trocar as mesas”, adianta. Os espaços de estudos estão mais convidativos, ganharam tapetes e pufes, e os móveis podem ser mudados de lugar de acordo com a atividade proposta. As mesas funcionam como “estações de trabalho” pelas quais todos os estudantes percorrem durante o aprendizado. A diretora pedagógica garante que a mudança do espaço físico tem a aprovação de pais, alunos e professores e já apresenta bons resultados. “O índice de estudantes que ficaram para exame foi bem menor”, pontua.
OFICINAS DE APRENDIZAGEM
No Colégio Sesi Internacional, as aulas são baseadas nas Oficinas de Aprendizagem. O coordenador da escola em Londrina, João Paulo Alves Silva, diz que o trabalho em equipe é, há 14 anos, um dos pilares da metodologia da instituição. Os alunos reúnem-se em grupos para solucionar os desafios propostos pelo professor. Consequentemente, desenvolvem habilidades como autonomia, criatividade, proatividade, comunicação, empreendedorismo, liderança.
Segundo Silva, a geração atual de crianças e adolescentes tem dispendido cada vez menos tempo em relações interpessoais. Na escola, eles têm a chance de relacionar-se, experimentar, testar e errar. O trabalho em equipe pode despertar alguns conflitos, mas favorece o amadurecimento dos estudantes. O coordenador explica que cada membro do grupo possui um papel nas atividades – líder, orador, redator, gestor – e um rodízio é feito para que todos vivenciem cada função e exercitem as habilidades consideradas indispensáveis para a construção de uma carreira profissional sólida e bem-sucedida no futuro.