Para depois da aula
Esportes, música, dança, estudo de outros idiomas complementam o ensino e ajudam as crianças a desenvolverem novas habilidades; mas é preciso equilíbrio na rotina
Cada vez mais vidradas na tela do celular ou imersas em jogos eletrônicos, as crianças de hoje dedicam pouco tempo para brincar e, principalmente, movimentar o corpo. Sem poder sair às ruas ou mesmo de dentro do apartamento, ficam com pouco espaço para gastar energia e estimular a criatividade. Por isso, as atividades no contraturno, como esportes, música, dança, ensino de novos idiomas, são importantes aliadas do processo de desenvolvimento cognitivo e motor dos pequenos.
A psicopedagoga e professora do departamento de Educação da UEL (Universidade Estadual de Londrina), Rosa Maria Junqueira Scicchitano, diz que as atividades complementares ajudam as crianças a desenvolver atenção, concentração, persistência, paciência, resistência à frustração. Aulas de artes, com desenhos e pinturas, música, jogos de tabuleiro, participação em projetos e rodas de leitura são alguns exemplos de como ocupar bem o tempo da criança em idade escolar.
Rosa cita ainda outras possibilidades, como aulas de culinária, cultivo de horta, prática de esportes. Segundo a psicopedagoga, hoje, as tecnologias deixam as crianças ansiosas e apressadas, por isso, é necessário dosar o uso de equipamentos eletrônicos. “Eles são importantes, mas devem ser combinados com outras atividades”, explica. A recomendação é que os pais incentivem os filhos a experimentar algumas atividades de forma orientada e deixar que eles escolham o que mais gostam de fazer.
As aulas ou esportes no contraturno são importantes, mas devem ser dosados pela família, para que a criança não fique sobrecarregada demais com tantos compromissos. “Ela precisa de tempo ocioso para brincar, criar, descansar”, avisa a psicopedagoga. Se ficar cheia de obrigações, a criança fica cansada, irritada, desatenta, triste, e não vai se apegar a nada, porque faz as coisas porque os pais mandam e não porque tem vontade.
O IMPORTANTE É MOVIMENTAR-SE
A personal trainer e professora de educação física do maternal ao fundamental II do Maxi, Vilmara Terci Esteves, indica aos pais o resgate de brincadeiras do passado, como soltar pipa e jogar bola. Segundo ela, é importante a família participar das atividades e incentivar a prática de exercícios físicos ainda na infância. A partir dos seis meses de vida, já é possível matricular o bebê na natação. O esporte ajuda a criança perder o medo da água, desenvolver a parte motora e melhorar o sono.
Na escola, a professora conta que a aula de educação física é direcionada de acordo com a faixa etária dos alunos. Para crianças entre um ano e