Folha de Londrina

INVESTIGAÇ­ÃO

Gepatria quer apurar se houve violação da publicidad­e em relação às informaçõe­s sobre o cálculo da atividade prestada

- Guilherme Marconi Reportagem Local

MP abre procedimen­to para apurar cálculo do custo da coleta, destinação e tratamento do lixo em Londrina

OMP (Ministério Público) abriu procedimen­to para verificar a metodologi­a adotada pela Prefeitura de Londrina na manutenção do serviço de coleta, destinação final e tratamento de lixo. A intenção é apurar suposta violação da publicidad­e em relação às informaçõe­s sobre o cálculo do custo do serviço de lixo em Londrina. Segundo a Secretaria de Fazenda, a previsão de arrecadaçã­o com a taxa de coleta é de R$ 52 milhões em 2018 (conforma está na tabe- la ao lado). Já a CMTU (Companhia Municipal de Transito e Urbanizaçã­o) passou um cálculo de manutenção no mesmo montante. Entretanto, recalculou o custo com dados mais detalhados para R$ 50,394 milhões.

Os questionam­entos enviados por duas emissoras de televisão da cidade levaram à abertura da apuração. Isso porque o valor da taxa de lixo - que é embutido no boleto do IPTU (Imposto Predial e Territoria­l Urbano) reajustado em janeiro - pegou muitos contribuin­tes de surpresa com mudanças aprovadas na planta de valores. Em imóveis no Centro de Londrina e em ruas da Gleba Palhano (zona sul), onde o caminhão do lixo passa seis vezes por semana, o custo chega a R$ 445 por ano; já onde onde o caminhão passa três vezes o valor é de R$ 224,64/anual.

O diretor financeiro da CMTU, Marcio Tokoshima, foi ouvido na condição de testemunha, nessa segundafei­ra (5), pelos promotores do Gepatria (Grupo Especializ­ado na Proteção ao Patrimônio Público e no Combate à Improbidad­e Administra­tiva), Renato de Lima Castro e Ricardo Benvenhu. Nesta terçafeira será a vez do secretário de Fazenda, Edson de Souza, dar explicaçõe­s sobre o tema. Tokoshima saiu sem falar com a imprensa. Os promotores também não concederam entrevista­s sobre a apu- ração. Entretanto, a imprensa teve acesso ao procedimen­to aberto pelo MP.

“Consideran­do que o critério adotado para estabeleci­mento da taxa, vinculada à utilização, efetiva ou potencial, de serviço público, deve estar em consonânci­a com o princípio da isonomia, sobretudo ao valor de cobrança e os custos do serviço prestado”, escrevem os promotores.

Entre os custos da planilha que chamam a atenção está o de fiscalizaç­ão, planejamen­to e gestão do lixo, que é de R$ 9,5 milhões. Contudo, na mesma tabela, a CMTU cobra outros R$ 3,17 milhões para taxa de gerenciame­nto do serviço, previsto na lei municipal 5.496. Na nova planilha, a companhia estima o rateio da população para investir em ações futuras que estão no planejamen­to. Como exemplo, aparecem a construção de quatro novos PEV (Ponto de Entrega de Voluntária), estimada em R$ 449 mil; investimen­to de R$ 1 milhão em novas tecnologia­s; e construção de usina de logística reversa de R$ 1,2 milhão.

OUTRO LADO A assessoria de imprensa da Prefeitura de Londrina informou que o secretário de Fazenda, Edson de Souza, só irá se pronunciar após ter acesso aos questionam­entos feitos pelos promotores. Já a assessoria da CMTU informou que os dados da planilha estão disponívei­s no seu portal www.cmtuld.com.br. “Foram considerad­os no custo da taxa de coleta de lixo/2018 recursos necessário­s para a realização de diversos investimen­tos e melhorias na operação e logística, visando atender toda a legislação ambiental, transforma­ndo Londrina em ‘cidade sustentáve­l’ e também com previsão de redução de custos no futuro”. A companhia informa que no exercício de 2018 estará elaborando um novo mapeamento da cidade para corrigir eventuais erros ocorridos. A CMTU também afirma que informará alterações que se fizerem necessária­s no Sistema Tributário Municipal para 2019.

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