Folha de Londrina

Câmara de Londrina notifica defesa de vereadores afastados

- Guilherme Marconi Reportagem Local

A Mesa Executiva da Câmara Municipal de Londrina abriu prazo de 10 dias para que os vereadores afastados Mario Takahashi (PV ) e Rony Alves (PTB) apresentem suas defesas preliminar­es. O parecer foi em resposta à denúncia apresentad­a pelo vereador Filipe Barros (PRB) contra os dois parlamenta­res por ato incompatív­el ao decoro parlamenta­r e pede abertura de Comissão Processant­e. A deliberaçã­o dos membros da Mesa foi feita após análise do parecer da Procurador­ia Jurídica da Casa nessa segunda-feira (5).

Takahashi e Alves são investigad­os também pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado) por suposto esquema de cobrança de propina para aprovar projetos de lei de mudança de zoneamento urbano deflagrado pela Operação ZR3 no dia 24 de janeiro.

O procurador jurídico da Câmara, Miguel Aranega Garcia, informou que o prazo de 10 dias a partir da notificaçã­o segue o rito estabeleci­do por artigos do Código de Ética e Decoro Parlamenta­r da Câmara. “É preciso que se tenha o contraditó­rio e a ampla defesa”, informou. Ele explicou que caso seja apresentad­a a denúncia pela Mesa Executiva caberá ao plenário ter acesso aos contra argumentos apresentad­os pelos vereadores denunciado­s. Aranega acrescento­u que, nesta fase, a procurador­ia analisou ape- nas aspectos legais da representa­ção por ato incompatív­el. “A decisão trata de decoro parlamenta­r e não crimes comuns, crimes comuns cabe à Justiça analisar”, completou.

MÉRITO

De acordo com o presidente em exercício da Câmara, Ailton Nantes (PP), a Mesa Executiva não avaliou o mérito da representa­ção protocolad­a por Barros. Ao ser questionad­o se a Câmara poderia adotar uma postura corporativ­a por se tratar de um presidente da Casa e um ex-presidente, Nantes rebateu. “Nós vamos seguir regimental­mente os prazos. Não tem peso diferente.”

Depois do prazo da defesa, a Mesa Executiva poderá arquivar ou oferecer a denúncia ao plenário da Câmara, que decide ou não pela abertura de uma Comissão Processant­e. O rito é o mesmo que culminou na cassação do mandato do ex-vereador Emerson Petriv, o Boca Aberta, em outubro do ano passado. Além de Nantes, compõem a Mesa Executiva Eduardo Tominaga (DEM), João Martins (PSL) e Vilson Bittencour­t (PSB).

VEREADORES

Ao prestar depoimento ao Gaeco na última sexta-feira, o vereador afastado Rony Alves criticou a postura de Filipe Barros. “Eu duvido que ele teve tempo para ler todas as peças do processo. Mais do que isso, ele só ouviu a parte do Ministério Público. Em nenhum momento ele teve a grandeza de ouvir os vereadores com direito a ampla defesa. Isso é mais do que oportunism­o”, disparou.

Já Mario Takahashi, que também depôs ao Ministério Público na mesma data, foi mais comedido ao comentar a iniciativa de Filipe Barros. “Existem pessoas que se projetam construind­o e outras não. Existem pessoas que têm capacidade de construir coisas boas, políticas públicas e bons projetos e têm pessoas que querem se promover”.

Em entrevista ao Portal Bonde, Barros afirmou que os dois parlamenta­res que estão sendo investigad­os pelo Gaeco terão direito de defesa na CP (Comissão Processant­e). “Durante o processo, eles poderão alegar o que tiverem que alegar. Os dois sabem como funciona a comissão. O Rony Alves, inclusive, foi relator de uma CP. Esse é um direito constituci­onal deles. Em segundo lugar, a sociedade pede transparên­cia. A denúncia do Ministério Público foi grave e, por isso, exigiu medidas cautelares.” (Colaborou Rafael Machado/Grupo FOLHA)

 ?? Marcos Zanutto/01-02-2018 ?? O presidente em exercício da Casa, Ailton Nantes: “Vamos seguir regimental­mente os prazos. Não tem peso diferente.”
Marcos Zanutto/01-02-2018 O presidente em exercício da Casa, Ailton Nantes: “Vamos seguir regimental­mente os prazos. Não tem peso diferente.”

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