O ônus da democracia
Na abertura legislativa municipal e estadual de ontem Rafael Greca se saiu melhor do que seu padrinho Beto Richa. Embora sendo vaiado no meio da semana no Guairão, junto com a sua Margarita, encarou a reabertura da Câmara Municipal com o otimismo de sempre, ainda que cercado por um magote de barnabés inconformados com o congelamento salarial e a alta do IPTU. Já o governador preferiu atribuir ao seu Chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni, a missão de representá-lo, obviamente para não ter que enfrentar a massa irada, que lá estava em seu posto permanente, a galeria.
Os municipais foram menos agressivos que os professores na Assembleia e brindaram o prefeito com marchinha punk em que falam na alta do IPTU, mais humor do que o ácido da APP Sindicato, que vaiou tanto o secretário Valdir Rossoni que o presidente Traiano teve que dar a fala como consumada, encerrando a sessão. Exageros de lado a lado dos manifestantes, como do presidente da Assembleia consagrando a fala inacabada e que teve o seu despertar quando o representante do governo destacou os investimentos em educação e todos aí se lembraram dos desvios da Quadro Negro que envolvem o governo, o orador e o presidente da Assembleia em andamento no STF.
A vaia sofrida por Greca perto da enfrentada por Requião diante do seu líder Chaves e da de Lerner numa aristocrática “bocca chiusa” é inconfrontável.