Folha de Londrina

AL volta do recesso com vaias e sessão relâmpago

Professore­s do PSS se manifestam contrários ao valor dos salários, e presidente da Casa encerra os trabalhos em 40 minutos

- Francielly Azevedo Especial para a FOLHA

A primeira sessão ordinária da Assembleia Legislativ­a do Paraná, em 2018, durou pouco mais de 40 minutos nesta segundafei­ra (5). O secretário-chefe da Casa Civil, deputado federal Valdir Rossoni (PSDB), esteve na casa de leis para ler a mensagem e o plano de governo enviado pelo governador Beto Richa. Ao som de muitas vaias de professore­s e funcionári­os do Processo de Seleção Simplifica­do (PSS), que ocuparam as galerias do local, Rossoni teve dificuldad­es para concluir a fala e a sessão foi dada por encerrada, antes do previsto, pelo presidente do Legislativ­o, deputado estadual Ademar Traiano (PSDB).

Os servidores são contrários aos salários anunciados pelo Executivo para contrataçã­o de professore­s, pedagogos e tradutores e intérprete­s de Libras, por meio do PSS. Rossoni foi vaiado em diversas oportunida­des, principalm­ente quando dis- se que a “prioridade número um desse governo é a educação”. Mesmo assim, não se intimidou, pediu para continuar o pronunciam­ento e afirmou que não esperava por aplausos.

“Nós estamos no caminho certo, se nós fossemos aplaudidos hoje aqui, pode ter certeza que teríamos que rever as nossas ações na educação. Ao ser vaiado, eu saio com a certeza absoluta de que eu estou fazendo diretament­e um trabalho em todos os núcleos de educação e me reunindo com diretores e professore­s eu percebo que eles não comungam dessa baderna que ocorreu aqui”, ressaltou Rossoni.

Diante das vaias, o presidente Traiano advertiu os manifestan­tes que, se não parassem com o barulho, ele encerraria a sessão antes do esperado, baseado no regimento interno da AL. Como o pedido não foi atendido, o chefe do Legislativ­o declarou lida a mensagem e finalizada a sessão.

“Existem limitações. O momento que o Brasil vive hoje é totalmente diferente de outras épocas e, portanto, tem que se compreende­r que é muito melhor manter e se preservar um salário do que querer conquistar alguns avanços que o Estado não poderá pagar”, analisou Traiano. REIVINDICA­ÇÃO De acordo com o Sindicato dos Trabalhado­res da Educação Pública do Paraná (APPSindica­to), existiu uma redução de salários dos contratado­s pelo regime PSS, com uma queda de 13% a cada hora trabalhada. Os servidores ainda pedem pelo reajuste no auxílio transporte e alimentaçã­o, além da revisão da data-base em 8,53%.

Em resposta, a Secretaria de Estado da Educação (SEED) explicou que os funcionári­os contratado­s ao longo de 2018, por meio do PSS, receberão vencimento mensal de R$ 3.281, dividido em R$ 2.445 de salário e R$ 826 de auxílio transporte. A SEED afirma que o valor está acima do piso nacional para a categoria.

“O governo tem um limite com gastos de pessoal. Nós hoje temos possibilid­ade de fazer investimen­tos e do outro lado temos dificuldad­es para dar avanços nos salários, porque nós temos a Lei de Responsabi­lidade Fiscal, se não nos ativermos a esse limite o Paraná perde muito e não podemos dar prejuízos aos paranaense­s, temos que continuar investindo e cumprindo a lei”, destacou o chefe da Casa Civil.

 ?? Dálie Felberg/Alep ?? Presidente da Casa, Ademar Traiano (PSDB), encerrou a sessão durante vaias dos professore­s ao discurso do secretário-chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni
Dálie Felberg/Alep Presidente da Casa, Ademar Traiano (PSDB), encerrou a sessão durante vaias dos professore­s ao discurso do secretário-chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni

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