Servidores da UEM recebem salários
Funcionários da UEM (Universidade Estadual de Maringá) receberam os salários na tarde desta segundafeira (5). Parte dos servidores havia iniciado uma greve no início da manhã em razão de atrasos nos pagamentos. Os valores deveriam ter sido disponibilizados no dia 31 de janeiro, mas um impasse entre o governo do Estado e a reitoria da UEM gerou o transtorno. Enquanto o governo insiste na adesão da universidade ao sistema Meta 4 (utilizado para gerir a folha de pagamento de todos os servidores do Estado), a reitoria teme perder a autonomia na administração dos recursos e enfrentar dificuldades para garantir promoções e progressões na carreira dos servidores.
Nesta segunda, o reitor da UEM, Mauro Baesso, encaminhou um novo ofício à Caixa Econômica Federal autorizando a transferência de recursos para os servidores por meio do Siaf (Sistema Integrado de Finanças Públicas), administrado pelo governo do Estado. Apesar do Siaf utilizar informações do Meta 4, não houve adesão a este último sistema, no entendimento da reitoria.
Durante a tarde desta segunda, o reitor da UEM se reuniu com representantes dos servidores, dos estudantes, da prefeitura, da câmara e da sociedade civil organizada para explicar a situação da universidade e buscar apoio no embate contra o governo. Conforme o vice-reitor da UEM, Julio Cesar Damasceno, a questão do Meta 4 implica no envio de dossiês que ainda não foram encaminhados ao governo. “Somos contrários a integrar essa base porque entendemos que trará prejuízos à nossa universidade. Estamos recorrendo das decisões judiciais e estamos firmes de que não devemos fazer parte desse sistema”, defendeu.
Novas assembleias com a participação dos servidores da UEM serão realizadas nesta terça-feira (6). O presidente do Sinteemar (Sindicatos dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino de Maringá), José Maria Marques, destacou que a greve pode ser encerrada, já que a única reivindicação era o recebimento dos salários. “Mas continuamos na briga pelo ‘não’ ao Meta 4 e pela reposição salarial que não temos desde 2016. Não podemos esquecer que as perdas salariais já chegam a 11%”, lembrou.
Já o presidente da Sesduem (Seção Sindical dos Docentes da UEM), Edmilson Aparecido da Silva, destacou que os servidores ingressaram com um mandado de segurança coletivo contra o governo do Estado para reivindicar a correção monetária dos salários pagos nesta segunda e evitar atrasos nos próximos pagamentos. “Vamos fazer uma nova assembleia porque precisamos organizar a resistência com relação aos novos ataques do governo e ao Meta 4”, afirmou.
Os servidores da UEM foram os últimos funcionários das universidades estaduais a receberem os salários referentes ao mês de janeiro. Os representantes das demais, mesmo contrariados, já haviam assinado o ofício de adesão ao chamado Meta 4. Conforme a assessoria de imprensa da Seti (Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior), “a medida tomada pela reitoria da UEM atende orientação do Executivo e a legislação estadual em vigor, além de determinação judicial”.
“Somos contrários a integrar essa base porque entendemos que trará prejuízos à nossa universidade”