Folha de Londrina

Oposição se mobiliza e inclui ainda privatizaç­ão e contingenc­iamento

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Líder da Minoria na Câmara, o deputado José Guimarães (PT-CE), anunciou na tarde desta segundafei­ra (5) que apesar da oposição acreditar que o governo não terá os votos necessário­s para aprovar a reforma da Previdênci­a, haverá mobilizaçã­o nacional contra a proposta de mudança constituci­onal no dia 19. Além da Previdênci­a, o bloco atuará contra o projeto de lei que regulament­a a privatizaç­ão da Eletrobras e a proposta de contingenc­iamento de R$ 16,2 bilhões.

Guimarães disse que a oposição vem monitorand­o nas últimas semanas líderes governista­s e deputados dissidente­s, os quais contam que o governo está longe de obter os 308 votos necessário­s para a aprovação da Proposta de Emenda à Constituiç­ão (PEC). Nas contas da oposição, aumentou o número de deputados dispostos a rejeitar a proposta e que se a PEC fosse ao plenário hoje, o governo teria apenas 230 votos.

Para o petista, as mudanças no texto que originalme­nte veio do governo tornaram a PEC “anêmica”. “A PEC está demonizada, a maioria da população não aceita que os deputados aprovem essa PEC”, afirmou.

As centrais sindicais devem vir na terça-feira, 6, ao Congresso para um ato contra a medida. O evento antecede o chamado “dia nacional de luta e protesto” contra a PEC, marcado para o dia 19, data que o governo quer levar o tema ao plenário. “A ideia é aumentar o tom, engrossar o discurso e bloquear qualquer tentativa de votação da PEC”, declarou Guimarães.

O petista afirmou que o bloco oposicioni­sta não pretende facilitar a aprovação da privatizaç­ão da Eletrobras e que vão emendar o texto com a sugestão de que a proposta seja discutida em plebiscito. “(A Eletrobras) será o segundo foco de enfrentame­nto”, avisou.

Guimarães disse ainda que o contingenc­iamento anunciado na semana passada se deve à “gastança” do governo. “Vamos mobilizar a Câmara para impedir que o governo aprove o projeto do contingenc­iamento”, afirmou.

O líder oposicioni­sta sugeriu que a Câmara adote uma agenda positiva e que coloque em votação temas relacionad­os à segurança pública. “Cada dia é um Estado que entra em crise”, comentou. (PPS-BA), afirmou nesta segunda-feira, 5, que dificilmen­te o novo texto da proposta será apresentad­o nesta semana, como prevê o Palácio do Planalto. O parlamenta­r disse que está na fase de consulta aos líderes de partidos da base aliada para saber que mudanças resultarão em votos favoráveis à matéria. Ele ainda defendeu fazer concessões nas regras de transição para preservar as mudanças permanente­s previstas na reforma.

O relator afirmou que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), está “decidido” a colocar o texto em votação a partir de 19 de fevereiro. Arthur Maia previu, contudo, que a votação de fato só ocorrerá na semana seguinte, ou seja, na última semana do mês. Para ele, o processo de votação será “duro, seja qual for o texto”. “Temos dois problemas graves: a falta de votos e a falta de tempo”, declarou.

Em discurso alinhado com Rodrigo Maia, o relator afirmou que, se a votação da reforma não começar até o final de fevereiro, o governo provavelme­nte não conseguirá aprovar a proposta ainda este ano, mesmo depois das eleições. “Se não fizermos essa primeira votação até fevereiro, dificilmen­te teremos condições de votar este ano”, declarou. “Não há mais como esperar. Estamos em momento decisivo. Ou vota agora ou tira de pauta”, finalizou.

Brasília - NOVO TEXTO DA REFORMA O relator da reforma da Previdênci­a na Câmara, deputado Arthur Oliveira Maia

Temos dois problemas graves: a falta de votos e a falta de tempo”

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Jefferson Rudy/Agência Senado Para receber sinal verde, a reforma da Previdênci­a precisa ter o apoio de 308 dos 513 deputados para depois seguir ao Senado

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