Vigilância orientará sobre descarte de recicláveis
A secretaria municipal de Saúde vai trabalhar em parceria com as cooperativas que realizam a coleta de materiais recicláveis em Londrina para tentar diminuir o índice de infestação pelo mosquito da dengue no município. Dados do primeiro Liraa (Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti) realizado em 2018 indicaram a presença de focos do Aedes aegypti em 12,1% dos imóveis prediais da cidade, o segundo maior índice registrado desde 1988, quando o levantamento começou a ser feito. De acordo com o Ministério da Saúde, o índice Liraa acima de 3,9% aponta risco de epidemia.
Diana Martins, gerente de vigilância ambiental da secretaria, informou que o órgão está agendando reuniões com as cooperativas para reforçar as datas de coleta seletiva nos bairros com maior índice de infestação. “Antes do dia da coleta, os agentes de endemias vão passar nas casas orientando sobre o correto descarte de recicláveis e lembrando aos moradores sobre a importância de por o material na rua”, explica.
Segundo ela, a maioria dos depósitos de água parada onde foram encontrados focos do mosquito são potes, vasos de plantas e lixo acumulado no quintal. “As pessoas separam o lixo e esquecem de por na rua no dia em que passam os recicladores. Esse material acaba espalhado no quintal, acumulando água e se transformando em criadouros”, afirma.
Martins explica que muita gente ainda não sabe separar os resíduos recicláveis de forma correta, por isso, as equipes também vão passar essas orientações. “Tivemos a mesma experiência de fazer mutirão com as cooperativas no ano passado e no Liraa seguinte os índices chegaram perto de zero”, antecipou.
FUMACÊ
A secretaria municipal de Saúde já solicitou à Sesa (Secretaria Estadual de Saúde) a liberação de carros para aplicação do chamado fumacê com veneno que elimina os mosquitos transmissores da dengue em Londrina. “Estamos esperando a resposta, inclusive porque os carros nem ficam no município”, disse.
Em geral, a medida é adotada quando há muitos casos de pessoas doentes. Mesmo diante da confirmação de apenas um caso em Londrina até agora, a vigilância justificou a necessidade de aplicação do produto por causa do alto índice de infestação registrado. “O trabalho de rotina continua, mas a população precisa estar mais atenta aos cuidados com possíveis criadouros em casa”, pede.
Além de evitar o acúmulo de lixo no quintal, a vigilância ambiental orienta a verificar com frequência calhas, ralos, piscinas e vasos de plantas. O descarte de produtos não coletados pelos serviços de reciclagem ou lixo orgânico, como entulho da construção civil, madeiras e podas de gramas e resíduos verdes, deve ser realizado nos PEVs (Pontos de Entrega Voluntária), que recebem até um metro cúbico de resíduos sólidos por usuário (equivalente a aproximadamente oito carriolas de pedreiro). “Materiais de descarte jamais devem ser jogados em terrenos baldios ou fundos de vale, pois aumentam o risco de proliferação do Aedes aegypti e outros animais que oferecem riscos à saúde humana.”