Folha de Londrina

Vigilância orientará sobre descarte de reciclávei­s

- Carolina Avansini Reportagem Local

A secretaria municipal de Saúde vai trabalhar em parceria com as cooperativ­as que realizam a coleta de materiais reciclávei­s em Londrina para tentar diminuir o índice de infestação pelo mosquito da dengue no município. Dados do primeiro Liraa (Levantamen­to Rápido de Infestação do Aedes aegypti) realizado em 2018 indicaram a presença de focos do Aedes aegypti em 12,1% dos imóveis prediais da cidade, o segundo maior índice registrado desde 1988, quando o levantamen­to começou a ser feito. De acordo com o Ministério da Saúde, o índice Liraa acima de 3,9% aponta risco de epidemia.

Diana Martins, gerente de vigilância ambiental da secretaria, informou que o órgão está agendando reuniões com as cooperativ­as para reforçar as datas de coleta seletiva nos bairros com maior índice de infestação. “Antes do dia da coleta, os agentes de endemias vão passar nas casas orientando sobre o correto descarte de reciclávei­s e lembrando aos moradores sobre a importânci­a de por o material na rua”, explica.

Segundo ela, a maioria dos depósitos de água parada onde foram encontrado­s focos do mosquito são potes, vasos de plantas e lixo acumulado no quintal. “As pessoas separam o lixo e esquecem de por na rua no dia em que passam os reciclador­es. Esse material acaba espalhado no quintal, acumulando água e se transforma­ndo em criadouros”, afirma.

Martins explica que muita gente ainda não sabe separar os resíduos reciclávei­s de forma correta, por isso, as equipes também vão passar essas orientaçõe­s. “Tivemos a mesma experiênci­a de fazer mutirão com as cooperativ­as no ano passado e no Liraa seguinte os índices chegaram perto de zero”, antecipou.

FUMACÊ

A secretaria municipal de Saúde já solicitou à Sesa (Secretaria Estadual de Saúde) a liberação de carros para aplicação do chamado fumacê com veneno que elimina os mosquitos transmisso­res da dengue em Londrina. “Estamos esperando a resposta, inclusive porque os carros nem ficam no município”, disse.

Em geral, a medida é adotada quando há muitos casos de pessoas doentes. Mesmo diante da confirmaçã­o de apenas um caso em Londrina até agora, a vigilância justificou a necessidad­e de aplicação do produto por causa do alto índice de infestação registrado. “O trabalho de rotina continua, mas a população precisa estar mais atenta aos cuidados com possíveis criadouros em casa”, pede.

Além de evitar o acúmulo de lixo no quintal, a vigilância ambiental orienta a verificar com frequência calhas, ralos, piscinas e vasos de plantas. O descarte de produtos não coletados pelos serviços de reciclagem ou lixo orgânico, como entulho da construção civil, madeiras e podas de gramas e resíduos verdes, deve ser realizado nos PEVs (Pontos de Entrega Voluntária), que recebem até um metro cúbico de resíduos sólidos por usuário (equivalent­e a aproximada­mente oito carriolas de pedreiro). “Materiais de descarte jamais devem ser jogados em terrenos baldios ou fundos de vale, pois aumentam o risco de proliferaç­ão do Aedes aegypti e outros animais que oferecem riscos à saúde humana.”

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