Para especialista, fiscalização deve ser constante
Para o major da reserva da Polícia Militar e especialista em trânsito, Sérgio Dalben, a pouca fiscalização por parte das autoridades tem contribuído para que os números de infrações, acidentes e mortes no trânsito continuem altos. Ele ressaltou que o motorista não está isento de responsabilidades e que, no geral, 80% das causas de acidentes são causadas por atitudes do condutor, como a imprudência.
“Os motoristas continuam fazendo barbaridades, porém não foram parados em nenhum momento no posto policial ou na própria rodovia. O condutor tem obrigação de cumprir com a lei e ao mesmo tempo não vê o resultado de fiscalização eficiente, para punir aqueles que cometem infrações”, apontou ele, a partir da própria experiência com viagens recentes pelo Brasil. “É importante um conjunto de ações para não colocar o motorista em uma rotina de não fiscalização”, acrescentou.
Dalben avaliou que a intensificação da verificação no trânsito pelas autoridades em datas especiais não é suficiente. “Mesmo que se coloque a equipe para fiscalizar, os elevados índices são quase que uma consequência lógica. É difícil controlar a situação deste jeito”, afirmou. O especialista frisou que o foco apenas em levantamentos sobre acidentes e mortes não colocam luz nos problemas gerais do trânsito, que também têm como consequência as deficiências permanentes ocasionadas por acidentes.
De acordo com ele, somente campanhas continuadas poderão colaborar para diminuição dos números e mudança de perfil dos motoristas. “O trânsito é dinâmico e precisa ser discutido a todo momento. Mesmo assim terão estatísticas altas, porque o volume de circulação é grande, mas a tendência é de redução. O mesmo código que pune precisa obrigar as autoridades a estarem constantemente educando para o trânsito. Está chegando o momento que será necessário fazer análises do perfil do condutor. Isso é importante para planejar campanhas”.
Sobre as multas por farol desligado nas rodovias, Dalben indicou a carência de maior publicidade até o motorista criar o costume, já que é algo que precisa ser incorporado. “Muitas vezes a maior adversidade está dentro das cidades, pois isso não é cobrado e quando se vai para a rodovia passa despercebido. Placas e avisos são bemvindos, pois só se encontra isso em algumas praças de pedágio.”