Folha de Londrina

LINHA E ANZOL -

Opção de lazer, pesque-pague promove diversão e relaxament­o entre família e amigos

- LAIS TAINE REPORTAGEM LOCAL

Quaresma é época de peixe. Pesqueiros ficam lotados de famílias que buscam fugir do estresse da rotina. “Gosto pela adrenalina que dá”, declara Wellington Gonçalves, após fisgar um tambaqui.

Domingo é dia de descanso em família. E o pesqueiro é opção de lazer para quem quer relaxar. O comerciant­e Marcelo Sobral, 40, costuma pescar, no mínimo, uma vez por semana. Quando não participa de torneios, está em busca de locais que promovam o descanso na beira do rio. “Sou doente por pesca, é uma terapia. Voltei a pescar por causa de estresse. Eu comecei a jogar bola, mas fiquei mais estressado ainda”, brinca. Pescador desde os 9 anos, ele descobriu a atividade com o irmão mais velho e hoje repassa o conhecimen­to ao filho, que o acompanha nas aventuras de final de semana.

Estar em companhia da família parece até uma regra. Em volta do tanque, mães, pais, avós, tios, se divertem com quem tenta retirar um peixe sem sucesso, mas ninguém se ofende. Entre piadas e risos, uma hora sai um peixe para a alegria e gritaria de todos. Os pequenos aprendem com os pais a jogar o anzol e, para que não se sintam menospreza­dos pelo animal, entra em cena o velho truque de colocar uma vara já com o peixe fisgado nas mãos da criança. O olhar de surpresa ao puxar a linha encanta a todos.

“Já peguei um peixe de 12 quilos. Pego direto, mas tem dia que a pessoa não está boa para pegar peixe. Hoje mesmo o dia não está bom para mim”, afirma o pedreiro Fabiano Lindolfo da Silva, 29, mostrando um sorriso desanimado. A mulher e os dois filhos acompanhav­am a pescaria sentados à sombra. “Venho pelo lazer, esquecer dos problemas, esquecer da internet. Trago a família, fico sossegado, eles andam por tudo aí”, conta.

O momento é compartilh­ado antes de chegar no local. A família se prepara, acordando por volta das 8h para se arrumar, pegar o carro e sair. “É um ritual, se não venho para cá, vou para outro canto, mas tenho que pescar. Só quando não dá mesmo, mas o normal é todo domingo”, revela. Lagos Igapó e Cabrinha estão entre as opções do pedreiro.

A família da dona de casa Lourdes Fátima Souza, 62, fazia piada da neta adolescent­e, que pescou mas tinha medo de se aproximar do peixe. “Eu não gosto de pescar, gosto de acompanhar. É um lazer, vem a família toda, se distrai, é gostoso”, defende. Na ocasião, levou também a família da irmã, de Ribeirão Claro (Norte Pioneiro) ao passeio, que reclamava não estar conseguind­o pegar peixes maiores.

Talvez seja apenas a falta de sorte, porque do outro lado do tanque o marceneiro Wellington Gonçalves, 18, conseguiu um tambaqui de bom tamanho. “Faz uns quatro anos que eu pesco, aprendi sozinho. Gosto pela adrenalina que dá, para mim é um esporte”, conta. Com o peixe na mão, ele virou destaque entre os olhares de cobiça dos pescadores menos sortudos.

Aos domingos, cerca de 1.200 pessoas passam pelo pesque-pague Bom Peixe (zona norte), segundo a proprietár­ia Sônia Clivati. Entre os visitantes, uma parte vai pela pescaria e outra pelo restaurant­e, que serve peixe assado, frito, moqueca, bolinho de peixe e porções. O local funciona há 24 anos e começou por indicação do Emater (Empresa Paranaense de Assistênci­a Técnica e Extensão Rural). “Tem muita gente que faz a pesca esportiva, uns vêm direto, pegam 18, 19 peixes no dia”, afirma. Entre os peixes disponívei­s estão tilápia, pacu, tambaqui e catfish.

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Gustavo Carneiro
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