Vida de qualidade no campo
As novas tecnologias, os programas sociais governamentais e os projetos da iniciativa privada têm ajudado a melhorar a vida das famílias que moram na área rural, mas manter os jovens no campo ainda é um desafio. Principalmente quando se leva em conta as pessoas que vivem da agricultura familiar. O problema não existe apenas no Brasil, mas é comum em vários países. Tanto que Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura, o IICA, irá realizar um estudo que tem como objetivo desenhar as principais reivindicações não apenas dos jovens do campo, mas também das mulheres agricultoras. A pesquisa acontecerá em países da América do Sul, América Central e Caribe. A ideia é que a partir dessas reivindicações o poder público possa formular políticas específicas para as pessoas que vivem da terra. A vida no campo é tema de reportagem deste fim de semana (17 e 18) da FOLHA. A questão envolve muitas esferas. Como a maioria da população está concentrada na área urbana, as políticas públicas geralmente são pensadas para as pessoas que vivem nas cidades e nem sempre são as mais adequadas às necessidades das populações rurais. Entre os mais de 200 milhões de brasileiros, em torno de 84% deles vivem na área urbana e isso acaba direcionando grande parte dos projetos também para as cidades. Mas é uma cultura que precisa mudar, ressaltando a importância da agricultura e da pecuária para o desenvolvimento do Brasil. Algumas diferenças começaram a ser corrigidas, felizmente. Como o fato de que os alunos de escolas rurais não eram avaliados pelo Ministério da Educação. Hoje, felizmente, essa diferença não existe mais. Facilitar o acesso à saúde, à escola, às universidades e ao transporte é essencial. Percebe-se que as comunidades que se organizam em cooperativas conseguem maiores avanços. Criando alternativas de trabalho e promovendo a qualidade de vida no campo, movimentos como o êxodo rural, tão forte na segunda metade do século XX, tendem a perder cada vez mais a força.