CLÁUDIO HUMBERTO
Eunício Oliveira, presidente do Congresso, sobre a intervenção federal no Rio de Janeiro
Acéfalo há dois meses, Ministério do Trabalho já passou da hora de ser extinto.
Sem ministro, Trabalho já poderia ser extinto
Acéfalo há dois meses, sem o afetar em nada, o Ministério do Trabalho já passou da hora de ser extinto. Custa muito caro ao contribuinte, R$ 90,5 bilhões por ano, para que o ministro apareça uma vez ao mês no factoide que divulga os números do Caged, cadastro que permite saber quantos empregados e desempregados há no País. Servem também para o governo federal fingir ligação à classe trabalhadora.
Para que ministro?
A sonolenta rotina do Ministério do Trabalho não se alterou desde a saída do ministro Ronaldo Nogueira há 54 dias, em 27 de dezembro.
E custa muito caro
O Ministério do Trabalho gasta R$3,5 bilhões do contribuinte com a folha de pagamento dos seus servidores.
Ativos são minoria
Menos da metade (39,8%) dos 18.883 servidores no Ministério do Trabalho estão na ativa. Todos os demais são aposentados.
Gastos elevados
Somente uma tal Coordenação-geral de Recursos Logísticos do Ministério do Trabalho nos custa R$ 200 milhões.
Intervenção nasceu com denúncia de Torquato
A intervenção decretada pelo presidente Michel Temer começou a ser pensada quando o ministro Torquato Jardim ( Justiça) fez uma grave revelação, no fim de outubro: o comando da Polícia Militar do Rio de Janeiro era produto de negociação de deputados estaduais suspeitos com o crime organizado. Houve protestos do governo Pezão e de oficiais da PM, mas o ministro estava bem informado, sabia o que dizia.
Chance de ouro
O interventor, general Braga Netto, tem autonomia para nomear quem considerar mais adequado para o comando da PM do Rio.
Água mole em pedra dura
Temer resistia à intervenção, mas a opção era lembrada no Planalto sempre que a criminalidade mostrava suas garras no Rio de Janeiro.
Não tem volta
Temer afastou sugestões para decretar Estado de Defesa e até Estado de Sítio. Essas opções só serão avaliadas se a intervenção fracassar.
O crime compensa
A receita com multas impostas pela Justiça Eleitoral, em 2017, no total de R$76 milhões, foi rateada pelos partidos formados pelos políticos que praticaram as infrações e os crimes. E aprovaram essa lei absurda.
Lugar na foto
Candidato ao governo do Rio, o deputado Rodrigo Maia tentou ignorar a regra constitucional que prevê sessão conjunta do Congresso para referendar o decreto de intervenção. Divulgou que haveria votação na Câmara. Na sessão conjunta, ele não tem chance de aparecer na foto.
Autocrítica
Gleisi Hoffmann (PT-PR) criticou a intervenção no Rio e atribuiu o caos na segurança à falta de investimentos. Ela tem razão. O governo Dilma, por exemplo, aplicou só 23% do investimento previsto em segurança.
Homenagem na ANTT
O diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres, Jorge Bastos, que se despede do cargo nesta segunda (19), recebeu uma bonita homenagem de funcionários da ANTT e de muitos amigos.
Vamos dar celeridade à votação do decreto”