Estudantes se mobilizam nos EUA contra armas nas escolas
Washington - Estudantes de todas as regiões dos Estados Unidos abandonaram as salas de aula nesta quarta-feira (14) para protestar contra a violência com armas de fogo nas escolas, ao completar um mês da matança de 17 pessoas em um colégio de Parkland, Flórida.
Na praça em frente à Casa Branca, centenas de estudantes organizaram um protesto aos gritos de “Nunca mais!” e “Chega!”, exibindo cartazes onde se lia “Protejam as pessoas, não as armas”.
Os grupos de estudantes depois caminharam da Casa Branca até o Capitólio, a sede do Congresso.
Brenna Levitan, 17 anos, aluna de uma escola no bairro de Silver Springs, na periferia de Washington, disse que a ideia era “mostrar ao Congresso e aos políticos que não vamos ficar de braços cruzados, não continuaremos calados”.
Em frente ao Congresso, vários legisladores se uniram à marcha, incluindo o senador Bernie Sanders, ex-aspirante presidencial do partido Democrata, saudado pelos jovens como um astro de rock. “Vocês, os jovens, estão liderando este país. As pessoas se cansaram e estão indignadas com a violência com armas de fogo”, disse Sanders utilizando um megafone que um estudante lhe ofereceu.
Em um dos parques em frente ao Capitólio se podia ver 7 mil pares de sapatos alinhados na grama, em referência às 7 mil crianças mortas por armas de fogo nos últimos cinco anos.
Às 10H00 no horário local (11H00 em Brasília) os estudantes fizeram um minuto de silêncio, em várias cidades do país, em homenagem aos 14 alunos e três adultos assassinados no massacre do colégio Stoneman Douglas, em Parkland.
Em memória dessas vítimas foi organizada a “Caminhada Escolar Nacional”, prevista para durar 17 minutos, um minuto para cada pessoa assassinada em Parkland.
O dia de protestos foi também uma manifestação dos estudantes de todo o país contra a aparente incapacidade das autoridades de impor qualquer tipo de controle sobre o acesso a armas, inclusive de alto calibre.
Os ataques a tiros e incidentes que envolvem o uso de armas de fogo provocam a morte de cerca de 30 mil pessoas por ano nos Estados Unidos.
Os organizadores do protesto em nível nacional afirmaram à imprensa que alunos de cerca de 3 mil escolas em todo o país se uniram às manifestações de alguma forma.