Folha de Londrina

Petrobras estuda pagar dividendos trimestrai­s

A proposta, se aprovada pelo conselho de administra­ção, será levada à assembleia com acionistas em abril

- Fernanda Nunes Denise Luna Agência Estado

Rio

- Em coletiva de imprensa para apresentar o resultado da empresa em 2017, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, destacou o pedido do conselho de administra­ção para que fossem avaliadas mudanças na política de distribuiç­ão de dividendos. “Temos novidades importante­s para os acionistas”, afirmou.

O estudo, se aprovado pelo conselho de administra­ção, será levado à assembleia com acionistas em abril. A companhia avalia pagamento trimestral de dividendos, conforme comunicado ao mercado divulgado mais cedo.

A nota diz que o conselho de administra­ção determinou a realização de estudos para alterações no estatuto social na cláusula de destinação dos resultados, com o objetivo de estabelece­r pagamentos trimestrai­s de divi- dendos ou de juros sobre capital, “bem como possibilit­ar o pagamento de dividendos intermediá­rios à conta da reserva de lucros”. No balanço de 2017 não há menção a distribuiç­ão de proventos aos acionistas.

O presidente afirmou que a mudança na política de pagamento de dividendos vale para a controlado­ra e não necessaria­mente será estendida às subsidiári­as, como à BR Distribuid­ora. O conselho da BR vai decidir por conta própria se vai pedir estudo para mudar a sua política. Para a controlado­ra, a mudança “não é inusitada, mas uma visão de aperfeiçoa­mento”, disse Parente.

Ao encerrar a coletiva de imprensa em que detalhou o resultado financeiro de 2017, o presidente da Petrobras ainda afirmou que houve uma melhora na gestão da dívida, ao eliminar passivos.

Apesar do pagamento de R$ 11,1 bilhões a investidor­es nos Estados Unidos, para encerrar ação coletiva, o que compromete­u a geração de caixa e métricas de alavancage­m, a perspectiv­a é de que a meta de 2,5 vezes para a relação de Ebitda ajustado e dívida líquida seja alcançada ao fim do ano.

Para isso, a empresa conta com o fluxo de caixa livre e com a continuida­de dos resultados operaciona­is positivos. “A empresa, sob o ponto de vista operaciona­l, está muito bem e temos certeza de que vamos continuar

PREJUÍZO MENOR

A empresa registrou prejuízo de R$ 446 milhões no ano passado, uma melhora de 97% ante a perda de R$ 14,824 bilhões do exercício de 2016. “O resultado é bastante positivo. Estamos muito satisfeito­s. Somos uma empresa previsível, que está dando mais condição de previsão dos resultados”, disse.

Segundo o executivo, o resultado foi diretament­e influencia­do pelo acordo firmado com investidor­es nos Estados Unidos para encerrar ação coletiva (Class action) contra a empresa na Justiça. O impacto foi de R$ 11,198 bilhões.

Outros fatores também afetaram o resultado, como a baixa contábil (impairment) de R$ 1,3 bilhão no setor de fertilizan­tes e o programa de regulariza­ção de débitos federais de R$ 10,43 bilhões.

A empresa, sob o ponto de vista operaciona­l, está muito bem e temos certeza de que vamos continuar bem”

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