Um viagem sonora
Grupo paulistano Funk Como Le Gusta traz à cidade a turnê do álbum ‘A Nave Mãe Segue Viagem’
Uma big band com um naipe de sopros infernal, percussão africana, latina e, portanto, brasileiríssima aterrissa em Londrina nesta sexta-feira (23) prometendo contagiar o público com muito groove, suingue e alto astral. Com mais de 20 anos de estrada, o grupo paulista Funk Como Le Gusta traz à cidade a turnê de seu mais recente álbum, “A Nave Mãe Segue Viagem”. Promovido pelo projeto sociocultural Vectra ConstruSom, o espetáculo que acontece no Teatro Mãe de Deus, às 20h30, conta com apoio do Grupo Folha de Comunicação.
Desde que ganhou notoriedade e projeção nacional e internacional no final dos anos 1990 ao sacudir a noite paulistana tocando funk, clássicos de trilhas de filmes, o Funk Como Le Gusta lançou quatro álbuns autorais e um DVD. Em “A Nave Mãe Segue Viagem”, mais recente CD do grupo lançado em 2015, a banda confirmou seu lugar de destaque realizando um trabalho único no País dentro do gênero. O novo álbum abre com o baixo marcando o clima em ‘Auto Carro Veloz’ e ele volta forte com cara de Tim Maia Racional em ‘Você Verá’. ‘Wati Wati’ faz sorrir e pensar na praia. ‘Pappa Girl’ é puro James Brown com a assinatura inconfundível dos sopros do FCLG. ‘Som de Preto’ tem deliciosos riffs de guitarra, suave. ‘Motown Song’ lembra os deliciosos bailinhos da adolescência, é pra deslizar na pista. Volta o beat com ‘Yeah, Yeah, Yeah’ que nos leva pro baile charme dos anos 90. ‘Tudo no Lugar’ lembra Miles Davis e Wayne Shorter, clima jazzy com o lindo solo de saxofone. Já ‘Funk Nu a Murit’ traz sopros e teclados com um acento oriental.
Com o som compacto e potente da big band batendo forte nas caixas de som, os shows do FCLG são marcados pela reação do público em êxtase com a sonoridade do grupo que estreou no mercado fonográfico em 1999, com “Roda de Funk”, álbum de 1999 que trouxe fortes influências de samba-rock e grooves instrumentais e contou com participações de Sandra de Sá, Fernanda Abreu, DJ Hum e diversos rappers de peso da Iberoamérica. Naquele período a cantora Paula Lima e o produtor BiD ainda pertenciam ao grupo.
Em 2004 foi lançado o segundo álbum “F.C.L.G”, que inovou ao incorporar em seu estilo dançante elementos como o chorinho e a música eletrônica. O disco teve lançamento no Japão e na Europa e algumas canções integraram coletâneas ao redor do mundo, entre elas ‘Favela Chic’, ‘Bazar Nu Jazz’. O terceiro disco, “A Cura pelo Som”, foi lançado em 2011 e reuniu canções dos últimos cinco anos e algumas produções inéditas, como experimentações e composições que incluem instrumentais como ‘La Vida Irá’ e as cantadas, ‘Muchacha Fantástica’ e ‘Sem Amor’.
Formado pelo músicos Kuki Stolarski (bateria), Sérgio Bártolo (baixo), Emerson Villani (guitarra e voz), Eron Guarnieri (teclados e voz), Décio 7 (percussão), Kito Siqueira (sax alto e barítono), Tiquinho (trombone), Hugo Hori (sax tenor, flauta e voz), Reginaldo 16 (trompete e voz) e Cláudio Cambé (trompete), o FCLG estabeleceu parcerias ao longo carreira com artistas como Marcelo D2, Jorge Benjor, Osvaldinho do Acordeon, Paulo Moura, Toni Tornado, Paula Lima, Chico Science & Nação Zumbi, entre outros artistas.
A vinda da banda Funk Como Le Gusta a Londrina marca o 25º espetáculo promovido pelo projeto sociocultural Vectra ConstruSom, que já trouxe aos palcos londrinenses artistas consagrados como Badi Assad, Terra Sonora, Ná Ozzetti, Tetê Espíndola, Sururu na Roda, Geraldo Azevedo, Mônica Salmaso, Uakti, Chico César, Zé Renato e Renato Braz, Vitor Ramil, Mariana Aydar, Ana Cañas, Céu, Siba, Joyce Moreno, Kleiton & Kledir, Rolando Boldrin, Adriana Calcanhotto, Paulinho Moska, Arnaldo Antunes, Mart´nália e Zizi Possi. Essa iniciativa é realizada ininterruptamente desde 2006 graças ao investimento da Vectra e à parceria de outras empresas londrinenses.