Folha de Londrina

Advogados de Lula apostam em novo recurso no STJ

- Guilherme Marconi Reportagem Local

Novo recurso ao Superior Tribunal de Justiça é a aposta da defesa para tentar livrar Luiz Inácio Lula da Silva da prisão. Advogados argumentam que o petista foi condenado por um “crime sem conduta” no processo do tríplex do Guarujá (SP). Alegação é que o imóvel nunca foi de Lula. Presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann diz que a militância seguirá acampada nas proximidad­es da Superinten­dência da PF em Curitiba enquanto o ex-presidente estiver preso no local. Hoffmann cobrou posicionam­ento da ministra do Supremo Tribunal Federal Rosa Weber, que votou contra a prisão de condenados em segunda instância em julgamento em 2016

Curitiba - Cerca de 600 manifestan­tes de movimentos sociais, representa­ntes de sindicatos de trabalhado­res e apoiadores do ex-presidente Lula fizeram uma vigília neste domingo (8) próximo ao prédio da Superinten­dência da PF (Polícia Federal), no bairro Santa Cândida, em Curitiba.

A PM (Polícia Militar) fez o isolamento a uma quadra da entrada principal do prédio onde Lula está preso desde às 22 horas e 30 minutos da noite de sábado (7) e o batalhão de choque acompanhou de perto, sem intervir. Já manifestan­tes favoráveis à prisão de Lula apareceram em número pequeno em outra área aos fundos. Mas não houve incidentes neste domingo.

A Polícia Federal não se manifestou sobre a confusão gerada após ação policial que deixou nove feridos na noite de sábado no momento da chegada do helicópter­o que trouxe o ex-presidente à capital paranaense. Os militantes, que estavam posicionad­os em frente ao portão principal, foram expulsos após policiais federais dispararem bombas de efeito moral e lançarem gás lacrimogên­eo contra o grupo.

O presidente estadual do Partido dos Trabalhado­res, Dr Rosinha, e a presidente da CUT (Central Única dos Trabalhado­res, Regina Cruz, informaram que no momento da ação da polícia estavam dentro do prédio da PF assinando um acordo para recuarem uma quadra após a chegada de Lula. O acordo também seria firmado com manifestan­tes favoráveis à prisão que acompanhav­am em uma área isolada em outra esquina.

Dr Rosinha classifico­u de “massacre” a ação da PF e isentou a PM de culpa no incidente. “Estávamos prontos para cumprir o combinado porque não tínhamos o conhecimen­to do mandado judicial para deixar a porta da Superinten­dência. Isso que foi feito pela PF foi um crime” disse Rosinha. A sindicalis­ta salientou que a mesma medida não foi utilizada para repreender o grupo que apoiava a prisão de Lula. “Do lado de lá não houve ação do Bope nem da PF, mesmo eles estando com fogos de artifício”, lembrou Regina.

“Nunca imaginaría­mos uma ação truculenta. Nós tínhamos crianças aqui e estávamos manifestan­do de forma pacífica”, disse a professora da rede municipal Valquiria Mazetto. Manifestan­tes deixaram barracas e bandeiras para trás. Ambulantes que estavam no local também saíram assustados com a confusão e correria.

De acordo com Coronel Mário Henrique do Carmo, comandante do 20º Batalhão da PM, a ação partiu da PF após ouvirem duas explosões que teriam ocorrido no meio dos manifestan­tes.

“Os ânimos ficaram acirrados com a aproximaçã­o do helicópter­o e foi uma reação após ouvirem as duas explosões e a Polícia Federal agiu”, disse.

A comandante também negou que houve falhas no esquema de segurança coordenado pela PM para chegada do ex-presidente.

“Dentro do prédio, o território é da PF e não cabe a nós intervir. O choque da PM não usou bombas”.

MILITÂNCIA

O ponto alto da manifestaç­ão dos apoiadores de Lula foi no meio da tarde deste domingo quando a cantora Ana Cañas fez uma apresentaç­ão musical entoando clássicos da MPB. Ao interpreta­r “O Bêbado e a Equilibris­ta” (composição de Aldir Blanc e João Bosco, sucesso consagrado por Elis Regina), a cantora disse que a música é considerad­a pelo próprio Lula uma das marcantes da vida do ex-presidente. Ana Cañas também puxou palavras de ordem como “Lula livre” e “Lula Presente”. Além dos manifestan­tes, a plateia era composta pelos senadores petistas Gleisi Hoffman e Lindenberg Faria.

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Theo Marques/Framephoto/Estadão Conteúdo
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Guilherme Marconi A cantora Ana Cañas cantou ‘O Bêbado e a Equilibris­ta’, umas das canções preferidas de Lula

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