ECONOMIA NOSSA DE CADA DIA
Corte do compulsório deve reduzir juros para nós, pobres mortais
O Copom (Comitê de Política Econômica) do BC (Banco Central) reduziu a taxa básica de juros para 6,5% e há expectativa que ainda tenha mais um corte de 0,25% para aproxima reunião.
Esta taxa é a menor já aplicada em nossa economia e não há mais espaço para outros futuros cortes, mas nós consumidores ainda convivemos com juros estratosféricos.
Uma outra medida do Banco Central ajudará a reduzir esta taxa de juros para o consumidor final – o corte nos depósitos compulsório.
O que é depósito compulsório
De forma simplificada, é uma determinação do Banco Central que obriga os bancos comerciais e outras instituições financeiras a deixarem parte do dinheiro dos clientes parada nos cofres do BC, sem qualquer tipo de rendimento.
Por que?
Esta é uma das formas que o Banco Central tem para controlar a quantidade de dinheiro na economia e, assim como a taxa básica de juros, ajuda no combate da inflação.
Funciona assim
Um aumento na taxa de juros, por exemplo, torna o dinheiro mais caro e empresas e consumidores deixam de tomar crédito e, por consequência, reduzem-se as compras, forçando uma redução nos preços.
Com o compulsório ocorre algo semelhante: o dinheiro fica parado no Banco Central, indisponível para os bancos concederem empréstimos, o que diminui a oferta da moeda e encarece o crédito, levando a uma redução no consumo que, por sua vez, faz recuar os preços, controlando a inflação.
Instrumento de política monetária
Entre as medidas de política monetária, o compulsório não é o mais forte instrumento, mas ajuda a aumentar o poder de fogo do BC em relação ao combate à inflação.
A decisão do BC
Na última semana de março, o Banco Central reduziu a alíquota do recolhimento sobre os depósitos à vista de 40% para 25% e para várias modalidades de poupança, de 24,5% para 20%.
Mais dinheiro para crédito
Segundo analistas de mercado, essa redução na alíquota do depósito compulsório tem potencial para irrigar o sistema financeiro com cerca de R$ 26 bilhões.
Consequências
Com este afrouxamento das regras do compulsório, dois movimentos acontecem: a) uma fração significativa de dinheiro que não rendia nada aos bancos agora pode passar a render; e b) aumenta a quantidade de dinheiro disponível para empréstimos.
A possibilidade dos bancos comerciais em rentabilizar este montante, somada à maior disponibilidade de dinheiro para empréstimo, aumenta as chances de termos uma redução nos juros para os consumidores.
Isso é fundamental
Disponibilidade de crédito e com taxas mais justas darão o impulso necessário para a economia crescer de forma mais consistente.
Só para lembrar, o juro do cheque especial está em 324% a.a.; parcelamento do cartão de crédito em 243% a.a.; e o empréstimo pessoal não consignado em 126% a.a. São os valores médios para pessoa física.
(Com