Grupo propõe alternativas para moradores de ocupação
Os movimentos que compõem o Grupo de Trabalho para solucionar a situação dos moradores do Residencial Flores do Campo se reúnem nesta quarta-feira (9), na sede da Cohab-Ld (Companhia Habitacional de Londrina) para discutir se eles aceitam ser removidos para três terrenos provisórios. Esta é a proposta para tentar retomar o conjunto residencial, abandonado pela construtora antes da conclusão das obras e ocupado por sem-tetos em outubro de 2016.
A retirada dos moradores foi solicitada pela Caixa, a responsável pelo empreendimento – custeado com recursos do Minha Casa Minha Vida –, e autorizada pela Justiça Federal em novembro passado. Porém, a mesma Justiça Federal suspendeu a reintegração de posse, inicialmente por 90 dias e, depois de findo o prazo, até que o poder público garantisse uma destinação digna para as famílias.
O coordenador da CDH (Comissão de Direitos Humanos) de Londrina, Carlos Henrique Santana, diz que três áreas foram indicadas para remover os moradores. Duas delas têm a situação regular que permite a remoção imediata – os locais ficam no bairro João Turquino, próximo a Cambé, e na região do Jardim Santa Rita, ambos na zona oeste. “Se aceitarem, serão levados para casas de lâminas de madeira, feitas pela Cohab, mas serão alocações provisórias até a solução definitiva. Eles não terão a posse destes terrenos”, explica. A terceira área cogitada no São Jorge, num terreno que seria destinado para a execução do Contorno Norte e foi transferido do Município para o governo do Estado, mas, antes, seria necessário checar se a área pode ser devolvida.
Após a decisão do GT de buscar as áreas, a Cohab voltou a fazer o cadastramento das famílias e identificou 145 famílias. “Destas, entre 20 e 30 têm mulheres na chefia na família. Um grupo de 33 pessoas vivem sozinhas e há três que já tiveram propriedade”, elenca.
O diretor-presidente da Cohab, Luiz Cândido de Oliveira, afirma que a reunião desta quarta é para apresentação de alternativas, de forma que o empreendimento seja liberado e o governo federal volte a encaminhar recursos para programas habitacionais em Londrina. “O empreendimento é do governo federal, é gerido pela Caixa e não passa pela alçada do município”, reforça. A solicitação de terreno do município para os abrigos provisórios teriam tido aceno favorável da Prefeitura de Londrina.
Oliveira recorda que, no caso do Flores do Campo, são cerca de 250 pessoas vivendo na ocupação, que teria um total de 1.218 unidades habitacionais que poderiam abrigar até 4 mil pessoas. “Por isso, temos de dar encaminhamento para essas famílias,d e forma que a Caixa retome o empreendimento e conclua as obras”, explica. A Cohab, em seguida, entraria com o processo seletivo de famílias beneficiadas pelo programa. As famílias que hoje ocupam o residencial entrariam na fila de espera.
Grupo de trabalho levantou três terrenos que poderiam abrigar famílias provisoriamente