Socorrer os que dormem na rua
É triste constatar, nestas noites frias, que tantas pessoas em Londrina dormem nas ruas, abrigandose como podem sob as marquises. Os invernos se repetem, e o drama dessa pobre gente parece não ter solução. Ao poder público incumbe recolher esses desabrigados e conduzi-los a um albergue, mas não se tem visto este tipo de atendimento, e se acontece não contempla a todos. O apelo que se faz é direto ao prefeito Marcelo Belinati, para que fique atento a esta questão, porque o inverno começa, e se este é um período que molesta até os bem abrigados, imagine-se então esses mal assistidos!
O prefeito está publicando nas redes sociais que vai resolver todos os problemas do município - que, segundo ele, não têm recebido a atenção do poder público “nos últimos vinte anos”. Devemos ficar atentos a essa promessa, e se o propósito é sério, um bom começo será atender a essa gente que dorme ao relento. Esse serviço não pode ser adiado e pode ter início já hoje.
O número de pessoas em estado de carência tem aumentado em Londrina, como resultado, também, dos problemas sociais que afetam o país inteiro. É preocupante o número de pedintes que perambulam pela cidade, alguns porque sempre viveram nessa dependência e outros porque perderam o ganho, não encontram outro emprego e precisam sobreviver. Já se constata que muitos dos que pedem auxílio não são apenas as pessoas de aparência miserável que formam um triste contingente no panorama urbano brasileiro, mas gente de nível social mais elevado que tem de recorrer à ajuda alheia.
Mas enquanto não se pode resolver a um passe de mágica o macro problema do desemprego, voltamos por ora ao que se pode fazer no momento, que é socorrer os que dormem sobre lajes frias nas noites geladas e no desconforto em todos os dias do ano, nesta cidade cuja população, pela benesse de situar-se numa região abençoada e próspera, desfruta de um bom padrão da vida no confronto com a realidade de outros pontos do País.
WALMOR MACARINI,
jornalista