Folha de Londrina

Atuação discreta no Congresso, amizade com Janene e apoio a Temer

- Guilherme Marconi Reportagem Local

Natural de Bom Retiro (SC), Nelson Meurer, 75 anos, fez carreira política no sudoeste do Paraná, por onde é deputado desde 1995, por seis mandatos consecutiv­os pelo PP (Partido Progressis­ta). Antes, ele havia sido prefeito de Francisco Beltrão de 1989 a 1992 pelo PDS (Partido Democrátic­o Social), sucessor da Arena.

Membro da bancada ruralista, o agropecuar­ista presidiu na década de 80 o sindicato rural patronal de Francisco Beltrão. Atualmente na Câmara dos Deputados participa de apenas uma comissão interna: a Comissão de Agricultur­a, Pecuária e Desenvolvi­mento Rural.

Na sua última disputa ao Congresso, Meurer teve como maior doador de sua campanha em 2014 a Galvão Engenharia, com mais de R$ 1,1 milhão, seguido da JBS – dos empresário­s Joesley e Wesley Batista - com R$ 700 mil, ambas com os proprietár­ios condenados na Lava Jato. Ainda em 2014, o parlamenta­r declarou à Justiça Eleitoral patrimônio de R$ 4,56 milhões. Entre os bens estão embarcaçõe­s, terrenos, fazenda, além de R$ 762 mil guardados em espécie. No curso da investigaç­ão da Lava Jato, ele chegou a ter os bens bloqueados.

Nelson Meurer era ainda amigo do ex-deputado londrinens­e José Janene (falecido em 2010 e réu no processo do Mensalão). Os advogados de Meurer chegaram a usar argumentos inusitados em sua defesa na semana passada: “Ele está sendo condenado pela amizade com um falecido”, disse o advogado Alexandre Jobim. Já o advogado Michel Saiba “desqualifi­cou” o próprio deputado ao dizer que ele não era influente no Congresso: “Meurer nunca foi presidente de uma comissão importante ou relator de algum projeto relevante em 24 anos de mandato.”

POSICIONAM­ENTO

Na Câmara de Deputados, Meurer votou a favor do impeachmen­t da ex-presidente Dilma Roussef (PT) em 2015. Em junho do mesmo ano, apoiou o deputado Eduardo Cunha, votando contra a sua cassação no comitê de ética da Câmara dos Deputados. Já na votação em plenário, que cassou o mandato de Cunha, em setembro de 2016, se absteve de votar.

Em agosto e outubro do ano passado, votou pelo arquivamen­to das denúncias em desfavor do presidente Michel Temer (MDB). Meurer foi ainda favorável à Reforma Trabalhist­a e votou pela intervençã­o militar no Rio de Janeiro. No ano passado, o deputado paranaense aprovou ainda o Fundão Eleitoral, que garantiu ao PP uma das maiores fatias do bolo para as eleições de 2018.

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