Folha de Londrina

Trump admite que cúpula com Kim pode ser adiada

Encontro tornou-se incerto após esfriament­o no processo de aproximaçã­o entre líderes dos EUA e Coreia do Norte

- Mundo@folhadelon­drina.com.br France Presse Washington -

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, admitiu nesta terça-feira (22) que existe uma possibilid­ade real de que a aguardada cúpula com o líder norte-coreano, Kim Jong Un, não ocorra em 12 de junho, conforme previsto, porém “mais tarde”.

“Francament­e, seria uma possibilid­ade de fazer grandes coisas para a Coreia do Norte e para o mundo. Se não ocorrer, talvez possa acontecer mais tarde. Talvez ocorra em outro momento”, disse Trump no Salão Oval da Casa Branca, ao receber o presidente sul-coreano, Moon Jae-in.

Trump e Kim têm agendado um encontro em Cingapura em 12 de junho para discutir a eliminação de armas nucleares por parte de Pyongyang e da península coreana, mas nas últimas semanas esta reunião ficou envolta em incertezas.

Para além da data em que o encontro será celebrado, Trump insistiu em que Kim é sério quando fala da desnuclear­ização norte-coreana. “Acho que ele é sério. Acho que gostaria de que isto ocorra”, comentou.

Washington e Pyongyang iniciaram no fim de abril um processo de aproximaçã­o que teria como ponto alto o encontro de 12 de junho, mas à medida que as negociaçõe­s se aprofundar­am, aumentaram também as divergênci­as sobre as expectativ­as.

Segundo Trump, Kim parece ter mudado de postura com relação a essa aproximaçã­o depois de uma visita surpresa à China, onde encontrou o presidente Xi Jinping.

“Devo dizer que fiquei um pouco decepciona­do porque depois que Kim Jong Un teve um encontro com o presidente Xi (...) Houve certa mudança de atitude”, disse o presidente americano.

Trump reiterou que, caso seja possível alcançar um acordo com a Coreia do Norte por seu programa nuclear, Washington garantirá a continuida­de do governo de Kim.

“Vamos garantir sua segurança. E temos falado sobre isso desde o começo. Ele (Kim) estará seguro. Estará feliz. Seu país será rico, muito próspero”, destacou.

Moon disse, por sua vez, sentir-se confiante de que Trump será capaz de “alcançar uma mudança dramática”, que inclua por fim à guerra da Coreia, que dura 65 anos, a completa desnuclear­ização da Coreia do Norte e normalizar as relações.

O súbito resfriamen­to no processo de aproximaçã­o acabou por afetar também as relações entre Pyongyang e Seul, que tinham se beneficiad­o claramente de um clima de momentânea distensão.

Kim e Moon inclusive mantiveram em abril uma reunião histórica na zona desmilitar­izada que divide o país, embora com o novo cenário um novo encontro entre os dois líderes coreanos pareça ter ficado em suspenso.

Um pouco depois, o secretário de Estado, Mike Pompeo, tentou reduzir a pressão e sugeriu que as instruções não mudaram com relação aos preparativ­os do encontro.

“Continuamo­s trabalhand­o com 12 de junho”, repetiu o chefe da diplomacia americana.

Para o ex-presidente democrata Jimmy Carter, se conseguir fechar um acordo nuclear com a Coreia do Norte, Donald Trump deveria ser indicado ao prêmio Nobel da Paz.

“Se o presidente Trump conseguir um acordo de paz aceitável para ambas as partes com relação à Coreia do Norte, penso firmemente que (sua candidatur­a) deveria ser estudada para o Prêmio Nobel da Paz”, avaliou durante entrevista no sábado à revista site Politico, publicada nesta terça.

Seria “um feito merecido e histórico que nenhum presidente foi capaz de alcançar”, acrescento­u Carter, que obteve o Nobel da Paz em 2002, após fechar os acordos de paz de Camp David entre Egito e Israel em 1978.

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Saul Loeb Segundo Trump, Kim parece ter mudado de postura após visita surpresa à China, onde encontrou o presidente Xi Jinping
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