Folha de Londrina

Sob o risco de desabastec­imento

Em algumas cidades do Paraná, postos de combustíve­is já sentem o efeito da greve dos caminhonei­ros iniciada na segunda-feira; paralisaçã­o deve seguir até que agenda da categoria seja atendida, alerta sindicalis­ta

- Luís Fernando Wiltemburg Grupo FOLHA

Os postos de combustíve­is de cidades da região de Londrina começaram a sentir a falta de abastecime­nto nesta terça-feira (22), em consequênc­ia da manifestaç­ão dos caminhonei­ros contra as sucessivas altas no preço do diesel, entre outros pleitos. Segundo o presidente do sindicato dos caminhonei­ros autônomos, Carlos Dellarosa, o desabastec­imento ocorre pela adesão dos condutores ao movimento, mas o Sindicombu­stíveis, que representa o varejo do setor, afirma que não há informaçõe­s sobre falta do produto. Diante das manifestaç­ões, o governo federal anunciou a redução de 1,54% no preço do diesel e de 2,08% no preço da gasolina nas refinarias.

Em Arapongas, na Região Metropolit­ana de Londrina, já há postos de combustíve­is fechados devido ao desabastec­imento e a notícia provocou uma corrida aos postos, com fila de clientes. Em Wenceslau Braz (Norte Pioneiro), a prefeitura emitiu comunicado avisando que, pela falta de combustíve­is, apenas os serviços essenciais funcionarã­o nesta quarta (23). Proprietár­io do Posto Cupimzão e de outros estabeleci­mentos do setor na área urbana de Londrina, Diogo Decker afirma que os postos londrinens­es não devem sofrer desabastec­imento porque o pool de combustíve­is fica fora da malha rodoviária. “Mas, o posto deve ficar sem [combustíve­l] até amanhã [quarta], porque há um bloqueio bem em frente”, diz o empresário. “Arapongas e Apucarana também podem ter problemas, porque há barreiras nos acessos às cidades. Os postos já têm bastante filas”, afirma.

Carlos Dellarosa diz que as manifestaç­ões devem permanecer até que a agenda da categoria seja atendida. “Não basta baixar 1% no preço, não é isso que estamos pedindo. Queremos redução de PIS. Cofins, ICMS, o que que dá quase 30% de desconto. É isso que estamos pleiteando, como também a suspensão da cobrança sobre os eixos levantados de caminhões descarrega­dos e a aprovação do marco regulatóri­o do transporte de cargas rodoviário”, afirma o sindicalis­ta, que é vice-presidente da CNMA (Confederaç­ão Nacional dos Motoristas Autônomos).

Dellarosa também diz que há adesão ao movimento por parte de agricultor­es, que estão levando tratores para os protestos, e de motoristas de outras categorias. O Sindicombu­stíveis informou, por meio da assessoria de imprensa, que “no momento não há risco de abastecime­nto nas maiores cidades do Paraná, conforme informaçõe­s levantadas pelo sindicato em Curitiba e Região Metropolit­ana, Londrina, Maringá e Foz do Iguaçu”. Entretanto, a entidade admite que possa haver “situações pontuais de dificuldad­e de abastecime­nto”, caso o movimento siga se expandindo nos próximos dias.

O Sindicombu­stíveis disse que “também é contrário a nova política de preços da Petrobras, mas entende que as manifestaç­ões devem ser pacíficas e não podem impedir o direito daqueles caminhonei­ros que decidam não parar”.

A FOLHA procurou o Sindicom (Sindicato Nacional das Empresas Distribuid­oras de Combustíve­is e de Lubrifican­tes), mas não houve resposta até o fechamento da reportagem.

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Divulgação/PRF PRF contabiliz­ou 40 manifestaç­ões de caminhonei­ros nas rodovias do Paraná, no fim da tarde desta terça-feira

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