Folha de Londrina

Doação de carinho e de amor

Mulheres que doam leite materno foram homenagead­as na Maternidad­e Municipal de Londrina

- Vítor Ogawa Reportagem Local

Na terça-feira (22) foi realizado o 2º Encontro das Mães Doadoras de Leite Materno. O evento, realizado na Maternidad­e Municipal Lucilla Ballalai, foi uma homenagem da secretaria de Saúde de Londrina às mulheres solidárias e celebra o Dia Mundial de Doação de Leite Humano - 19 de maio. Teve o objetivo também de chamar a atenção de outras possíveis doadoras para este ato de generosida­de.

Foram distribuíd­as camisetas elaboradas pelo Calma (Comitê Municipal de Aleitament­o Materno) e houve uma homenagem às doadoras, com sessão de depoimento­s. “A maternidad­e é um ponto de referência no recebiment­o de leite humano e é o maior entregador do banco do banco de leite do HU. Os bebês nascidos no Hospital Universitá­rio são de gravidez de alto risco e este gesto de solidaried­ade acaba salvando muitas vidas. É evidente que o leite materno é o melhor alimento para os recémnasci­dos”, aponta o secretário de Saúde, Carlos Felippe Machado.

Uma das doadoras é a professora de inglês Mariana Bragiola Costa, 28, mãe de Francisco Masao Higa, 3 meses. “Quando fui ao posto de saúde tomar vacina li sobre a doação de leite. Era uma coisa que queria participar antes mesmo dele nascer. Eu já estava me preparando para isso”, observa. Ela confessa que no começo foi um pouco difícil. “Eu não tinha muita certeza como era a colheita. Conversei com as enfermeira­s, que começaram a fornecer os frascos e mostraram como se coletava corretamen­te, sobre o uso da touca e da máscara e a higienizaç­ão”, destaca. “É muito bom saber que estou ajudando quem precisa. Acabo ajudando outras pessoas e acabo me ajudando, porque o peito às vezes fica tão cheio que até dói”, afirma.

A dona de casa Ane Caroline Ferreira dos Santos Paixão, 30, é mãe da Rebeca Emanuelle, 4 meses, e relata que está doando leite pela segunda vez. “Quando tive o meu filho Israel, que tem 4 anos, amamentei ele e duas gêmeas que estavam na UTI, mas isso foi no hospital. Agora que tive a Rebeca, estou doando. Faço a coleta em casa e eles vêm buscar toda terça e quinta-feira. A cada vez que eles vêm entrego três ou quatro potes de leite.” Ela garante que mesmo doando não falta leite para sua filha. “Eu tenho bastante leite, graças a Deus. Eu me sinto muito feliz por Deus dar essa benção de poder ajudar outras crianças. O leite é um alimento importante e eu me sinto um pouco mãe das outras crianças que recebem o leite. Têm vários bebês que precisam e vão ficar fortes como a Rebeca. Ajudar o próximo representa doar amor”, declara.

Já Camila Adriele Soares Barbosa, 21 , que trabalha em uma empresa de segurança, relata que se tornou mãe pela segunda vez, mas é a primeira vez que está doando. “Na primeira vez não sabia que eles iam buscar o leite na minha casa e que eles forneciam os potes para realizar a coleta do leite”, justifica. “Agora, comecei a tirar bastante leite e não falta nada para minha filha. O ganho de peso da minha filha está ótimo. Eu me sinto satisfeita e é uma coisa que me completa. Como depois do parto a gente fica com o foco só na criança, a gente se sente que não tem utilidade, mas doando a gente fica mais satisfeita, mais completa”, afirma.

Barbosa explica que espera sua filha de um mês dormir para poder fazer a coleta. “Eu coleto o leite logo depois dela mamar. Para mim está sendo tranquilo. Explicaram uma vez e já aprendi como se fazia”, destaca.

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“Eu me sinto um pouco mãe das outras crianças que recebem o leite”

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