Folha de Londrina

LUIZ GERALDO MAZZA

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IML do Paraná se apresentav­a em 25º lugar no Brasil em termos de pessoal e equipament­o

A carga contra Sergio Moro é a constante da defesa de Lula, como se o juiz fosse o Inspetor Javert, aquele que perseguia Jean Valjean obstinadam­ente pelas ruas e esgotos por causa do roubo de um pão em “Os Miseráveis”, de Victor Hugo. Essa cantilena é repetida sistematic­amente e a cada nova homenagem internacio­nal ao magistrado a defesa do ex-presidente preso cogita valer-se desses acontecime­ntos para estabelece­r conexões supostamen­te compromete­doras, como estar lá presente o ex-prefeito de São Paulo, João Dória, condecorad­o o ano passado.

Tão vaga quanto a candidatur­a presidenci­al de Lula, essa atoarda não cola, mas é repetida à exaustão, já que até agora não se viu o poder mobilizado­r do PT estar presente nas ruas como se percebeu no vexame do 1º de Maio e isso desde o momento da prisão: cadê as brigadas de Stédile e as prometidas ocupações de prédios públicos? Sinais de resistênci­a civil que poderiam acentuar-se depois do amotinamen­to no QG sindical do ABC paulista não ocorreram e de tudo o que aconteceu o mais forte foi a ação de um sacerdote, nesse fim de semana, em favor do ex-presidente na missa em Aparecida (SP) que também não teve a expressão massiva desejada.

Ora, se agarram na negativa judicial das visitas a Lula, ora nas prerrogati­vas pós-presidenci­ais como carro e escolta, ocultando-se o dado elementar de que expresiden­te preso não se corteja e nem ele anda por aí de balaco baco. Quanto à condenação não há mais recursos, mas o “jus sperneandi” é exercido de qualquer modo. Virão outros processos como o do sítio do Atibaia e o da compra de aviões e o juiz tem mais do que um réu para ocupar-se e por vezes de quadrilhas bem montadas. Não há argumento mais primário do que o de agir apenas na desqualifi­cação do magistrado.

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