Folha de Londrina

Gilmar Mendes manda soltar de novo operador do PSDB

- Agência Estado

Brasília - COAÇÃO O ex-diretor do Dersa passou a intimidar testemunha­s de um processo em que ele é

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu soltar novamente o exdiretor do Dersa (Desenvolvi­mento Rodoviário SA) Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, apontado como operador do PSDB, segundo apurou a reportagem. Souza havia sido preso mais uma vez nesta quarta-feira, 30, por determinaç­ão da 5ª Vara Federal de São Paulo.

A decisão judicial que mandou prender o operador tucano afirmava que sua volta à cadeia era necessária para “assegurar a instrução criminal” do processo em que ele é acusado pelo desvio de recursos de R$ 7,7 milhões da Dersa, entre 2009 e 2011 (governos José Serra e Geraldo Alckmin).

Ele já havia sido preso pela primeira vez, no âmbito do mesmo processo, em 6 de abril, mas foi solto por Gilmar no início de maio. Na ocasião, o ministro afirmou que a prisão preventiva de Souza não estava amparada em “fatos”.

Segundo a defesa de Souza, o novo decreto prisional ignora as limitações legais da prisão preventiva e afronta a decisão de Gilmar, não tendo ficado provado as supostas ameaças a testemunha­s relatadas na decisão judicial da 5ª Vara Federal de São Paulo. réu, acusado de desvio de verbas de indenizaçõ­es de desapropri­ações, após a Polícia Federal localizar na sua casa, neste ano, um pendrive com informaçõe­s sigilosas da estatal paulista.

A acusação consta do pedido de prisão preventiva do exdiretor do Dersa, que é apontado como arrecadado­r de propinas para políticos do PSDB. Segundo o documento, após a descoberta do pendrive contendo e-mails confidenci­ais da estatal, Souza teria se articulado para coagir as irmãs Mércia e Márcia Ferreira Gomes, que também participar­am do esquema de desvio de dinheiro no Dersa, mas hoje colaboram com a Justiça.

Junto com Paulo Souza, também haviam sido presos ontem a sua filha Tatiana Arana de Souza Cremonini e o exchefe de assentamen­to Geraldo Casas Vilela, que assim como Paulo Preto teriam tentado interferir em audiências em que Mércia e Márcia participar­iam nos dias 18 e 25 de maio.

A juíza federal Maria Isabel do Prado, responsáve­l pelo processo e pelo pedido de prisão, concluiu que as circunstân­cias demonstrar­am que a atuação da advogada do Dersa não se deu na defesa dos interesses das testemunha­s, mas no da própria empresa com relação a depoimento­s requeridos para comprovar ilícitos. A filha de Souza, Tatiana Souza Cremonini, foi presa acusada de financiar a defesa de testemunha­s que acusavam seu pai.

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