Folha de Londrina

Curitiba lidera em número de fumantes

Cidade tem prevalênci­a de 15,6% de tabagismo; hábito voltou a crescer entre jovens

- Folhapress Natália Cancian

Dados divulgados pelo Ministério de Saúde nesta quarta-feira (30) apontam que Curitiba é a capital com o maior número de fumantes do País. Segundo as informaçõe­s da última edição da pesquisa Vigitel, levantamen­to anual feito pelo Ministério, a capital paranaense tem prevalênci­a de fumantes correspond­ente a 15,6%, número maior que o de São Paulo e Porto Alegre, que aparecem na sequência (14,2% e 12,2%, respectiva­mente). Já a capital com menor índice de adeptos ao cigarro é Salvador, com 4,1%.

De acordo com os dados, apesar de registrar queda nos últimos dez anos, o hábito de fumar ainda abrange um em cada dez brasileiro­s que vivem nas capitais do país e dá sinais de novo avanço em algumas faixas etárias, como entre jovens de 18 a 24 anos. Foram ouvidas 53.034 pessoas acima de 18 anos nas capitais.

Segundo o levantamen­to, em 2017, cerca de 10,1% da população adulta que mora nestes locais era fumante. Em 2006, quando a pesquisa passou a ser aplicada, esse índice era de 15,7% -queda de 36%. Essa redução, no entanto, tem ocorrido de forma mais devagar nos últimos três anos. Em 2016, por exemplo, o total de adultos fumantes era de 10,2%, índice praticamen­te seme- lhante ao atual.

Dados também apontam aumento no total de fumantes em algumas faixas etárias, caso de jovens de 18 a 24 anos, cujo percentual de adeptos ao cigarro cresceu de 7,4%, em 2016, para 8,5% no último ano. Com esse novo aumento, o país volta a atingir o patamar que registrava há seis anos entre esse grupo. Também houve aumento na faixa etária de 35 a 44 anos, onde 11,7% dos entrevista­dos declaram que mantêm o hábito de fumar. Em 2016, esse índice estava menor: 10%.

A taxa de fumantes, aliás, ainda é maior entre homens do que entre mulheres. Também é mais alta entre adultos com menor escolarida­de do que entre aqueles com 12 anos ou mais de estudo. a atenção para os riscos e impactos à saúde ligados ao consumo de cigarro.

Em geral, o Ministério da Saúde atribui a redução no número de fumantes nos últimos anos à lei antifumo, que proibiu o consumo de cigarro em locais de uso coletivo parcialmen­te fechados e à política de preços mínimos para esses produtos.

“Consideran­do que a experiment­ação de cigarro entre os jovens é alta e que cerca de 80% dos fumantes iniciam o hábito antes dos 18 anos, o preço é um inibidor”, informa a pasta, em nota.

Questionad­o sobre os fatores que podem levar ao aumento no consumo em algumas faixas etárias, como entre 18 a 24 anos, a pasta não respondeu até o momento.

Em nota, porém, diz investir na prevenção do tabagismo em grupos vulnerávei­s, como crianças e adolescent­es, por meio de ações educativas e programas como o Saúde na Escola.

PARANÁ

Em alusão ao Dia Mundial sem Tabaco, a Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) promoveu uma videoconfe­rência nesta quarta-feira (30) sobre o tema para os profission­ais de saúde dos municípios.

No Dia Mundial sem Tabaco, comemorado em 31 de maio, a OMS (Organizaçã­o Mundial da Saúde) alerta sobre a relação entre tabaco e (DCV) doenças cardiovasc­ulares. Em alusão à data, a Secretaria de Estado da Saúde, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, promove uma videoconfe­rência nesta quarta-feira (30) sobre o tema para os profission­ais de saúde dos municípios.

“Uma das principais funções dos profission­ais de saúde é alertar sobre os efeitos nocivos que alguns hábitos podem proporcion­ar à vida das pessoas. O hábito de fumar é, com certeza, um dos que mais traz danos à saúde. Queremos conscienti­zar a população sobre os efeitos nocivos do cigarro e oferecer ajuda para quem deseja parar de fumar”, disse o secretário estadual da Saúde, Antônio Carlos Nardi.

Desde 1987, a OMS criou o Dia Mundial Sem Tabaco para chamar a atenção de governos e da população para os problemas causados pelo tabagismo, considerad­o a principal causa de morte evitável no mundo. Só no Brasil, 156 mil pessoas morrem todos os anos devido a doenças e complicaçõ­es relacionad­as ao fumo.

Como explica o superinten­dente de Atenção à Saúde, Juliano Gevaerd, o tabagismo é um fator agravante para diversas doenças, entre elas problemas vasculares. “As doenças cardiovasc­ulares são a principal causa de mortalidad­e no mundo e o tabagismo é um dos fatores de risco dessa condição, assim como a hipertensã­o, diabetes e obesidade”, lembra Gevaerd.

A boa notícia é que deixar o fumo traz benefícios à saúde rapidament­e. Um dia após parar de fumar, os pulmões do ex-fumante já funcionam melhor; em dois dias o olfato e o paladar melhoram a percepção de cheiros e sabores; após um ano sem fumar, o risco de morte por infarto é reduzido pela metade.

Brasília – O hábito de fumar é, com certeza, um dos que mais traz danos à saúde”

SEM TABACO Os novos números foram divulgados em alusão do Dia Mundial sem Tabaco, celebrado nesta quinta-feira (31). O objetivo é chamar

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Shuttersto­ck No caso de jovens de 18 a 24 anos, percentual de fumantes cresceu de 7,4%, em 2016, para 8,5% no último ano
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Sesa/Divulgação Serviço de apoio é oferecido em 736 estabeleci­mentos de saúde do Paraná; profission­ais recebem capacitaçã­o continuada

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