Governo diz que abastecimento prejudicado pela greve está normalizado; autorização para uso do Exército vence hoje e não será prorrogada
Medida que autoriza o uso do Exército contra paralisação dos caminhoneiros vence nesta segunda; avaliação é que o abastecimento prejudicado pela greve está completamente normalizado
Brasília - O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen, disse que o governo não prorrogará a autorização para que o Exército atue em Garantia da Lei e da Ordem (GLO). A GLO foi estabelecida no dia 25 de maio e se encerra nesta segunda-feira (4). “Neste momento, não há nenhum elemento que sugira prorrogação da GLO”, afirmou, após reunião do gabinete de monitoramento do governo neste domingo.
A GLO concede aos militares a faculdade de atuar com poder de polícia até o restabelecimento da normalidade. De acordo com o general, a avaliação é que o abastecimento, prejudicado com a greve dos caminhoneiros, está completamente normalizado.
Ele afirmou que o governo acompanha “sem alarme” as notícias que circulam nas mídias sociais de que os caminhoneiros poderão fazer protestos nesta segunda-feira em Brasília (DF) e outras cidades. “Estamos acompanhando e verificando o tamanho e consequências dessa eventual mobilização convocada para amanhã [hoje], mas sem nos preocuparmos no ponto do alarme. Todas as notícias são acompanhadas”, disse.
Questionado se o governo acredita que vai haver mobilização, o general disse que a avaliação é que há um quadro de normalidade que não tende a ser modificado. Etchegoyen disse ainda que o governo não está preocupado com a origem das notícias sobre a mobilização, mas sim se ela vai acontecer, e que não lida com “boatos e imprecisões”.
ESPAÇO LIVRE
“A internet é um espaço livre em que todos podem entrar, desde modestas donas de casa e trabalhadores. A verdade é que há um movimento na mídia e um acompanhamento nosso, não temos nenhum indício de que isso mude a preocupação do governo”, ressaltou o ministro.
A reunião do grupo de monitoramento da crise de abastecimento desencadeada pela greve dos caminhoneiros neste domingo durou cerca de 40 minutos. Foi o segundo dia em que a reunião foi feita sem a participação de outros ministros que compõe o grupo, como Eliseu Padilha, da Casa Civil, e Carlos Marun, da Secretaria de Governo. O presidente Temer também não participou.
Apesar disso, Etchegoyen disse que as notícias de desmobilização do governo não são “exatamente precisas”. “Nossas reuniões continuam até que todos os aspectos da questão estejam devidamente sanados e resolvidos. O governo está 24h no ar zelando para que todos os compromissos assumidos sejam cumpridos.”
Sobre discussões para reduzir preço da gasolina, ele disse que a questão não foi tratada pelo grupo de acompanhamento da crise. “Essa questão está sendo tratada em outros fóruns, certamente o Ministério de Minas e Energia, a Fazenda.
PROTESTO EM BRASÍLIA
Neste domingo, quinze caminhões, caminhoneiros e apoiadores se concentraram no estacionamento do Estádio Mané Garrincha, em Brasília. Segundo presentes, eles aguardam protesto que vem sendo convocado nas redes sociais para esta segundafeira na capital federal e outras cidades pelo País. No local, as informações ainda são desencontradas. Muitas faixas foram penduradas, entre elas uma com os dizeres “Intervenção Militar, Buzine”.
Além de caminhoneiros, uma dezena de apoiadores, brasilienses e de fora. Um deles é o funcionário da construção civil, Ângelo Silva, que veio de Balneário Camboriú e participou de paralisações nas estradas acompanhando caminhoneiros. “Vamos fazer uma carreata amanhã [hoje], estão chegando mais caminhões, há muita mobilização nas redes sociais”, afirmou.
Um casal com camiseta do Brasil chegou ao local por volta das 12 horas, mas, frustrados com a pequena quantidade de presentes, foi embora. Antes, deixaram o telefone com um dos participantes para receber informações pelo WhatsApp.
Governo acompanha, “sem alarme”, as notícias nas mídias sociais de novos protestos nesta segunda