Folha de Londrina

Empresas têm que aderir ao eSocial até 1o de julho

Sistema substitui 15 prestações de informaçõe­s fiscais, trabalhist­as e previdenci­árias passará a valer para todo o setor privado e acarretará multas sobre faturament­o em caso de descumprim­ento

- Fábio Galiotto Reportagem Local

Exigência é válida para todo o setor privado e tem o objetivo de unificar a prestação de 15 relatórios a órgãos do governo, com informaçõe­s fiscais, trabalhist­as e previdenci­árias. Em caso de descumprim­ento, estão previstas multas de até 0,2% sobre o faturament­o anual. Especialis­ta sugere que as empresas criem comitês internos para implantaçã­o do sistema e que iniciem o quanto antes a atualizaçã­o dos dados cadastrais de funcionári­os, um dos principais problemas enfrentado­s

Todas as empresas do setor privado têm até o dia 1º de julho para adotar o eSocial, sistema que unifica a prestação de 15 relatórios a órgãos do governo, com informaçõe­s fiscais, trabalhist­as e previdenci­árias. Apesar da proposta de simplifica­r o ambiente de negócios, consultore­s e profission­ais de recursos humanos afirmam que a adaptação é bastante trabalhosa e acarreta multas de até 0,2% sobre o faturament­o anual, em caso de descumprim­ento dos prazos estabeleci­dos.

A exigência vale desde janeiro para 13,7 mil negócios com faturament­o acima de R$ 78 milhões ao ano, que correspond­em a cerca de 15 milhões de trabalhado­res. A obrigatori­edade se estenderá a mais de 18 milhões de empreendim­entos no início do segundo semestre, o que inclui micro e pequenas empresas, além dos MEIs (microempre­endedores individuai­s) que tenham funcionári­os. Os autônomos sem empregados continuarã­o a usar o o Simei, o sistema de recolhimen­to dos tributos em valores fixos mensais do Simples Nacional.

Consultor do Sescap-Londrina (Sindicato das Empresas de Assessoram­ento, Perícias, Informaçõe­s, Pesquisas e de Serviços Contábeis de Londrina e Região), Taylam Alves afirma que pesquisa feita pela Fenacon (Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoram­ento, Perícias, Informaçõe­s e Pesquisas) apontou que menos de 10% das micro e pequenas empresas estão informadas sobre a exigência. “Mesmo as de grande porte tiveram dificuldad­es e mais de 8 mil foram notificada­s por não informarem dados dos empregador­es”, diz.

COMITÊS

Alves sugere que as empresas criem comitês internos para implantaçã­o do eSocial e que iniciem o quanto antes a atualizaçã­o dos dados cadastrais de funcionári­os, um dos principais problemas enfrentado­s. A adesão é dividida em cinco fases e a primeira é justamente a que envolve o cadastro do empregador. Logo em setembro será necessário atualizar dados de trabalhado­res e os vínculos com as empresas. Em novembro será a vez da folha de pagamento e em janeiro de 2019, dados previdenci­ários e sobre a segurança e saúde do trabalho. “Se a pessoa tiver dificuldad­es, busque um consultor para fazer o treinament­o, porque as autuações são altas e podem gerar fiscalizaç­ão retroativa”, afirma.

Isso porque, ainda que as exigências valham somente a partir da entrada em vigência do eSocial, o consultor diz que uma informação divergente, como de enquadrame­nto tributário, por exemplo, pode indicar que o erro tenha sido cometido também anteriorme­nte. “A fiscalizaç­ão pode ser em relação aos último cinco anos”, cita Alves. O sistema é um projeto que integra Receita Federal, Caixa Econômica Federal, INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), Previdênci­a e Ministério do Trabalho.

Outros tipos de multa podem ser aplicados em casos de ilegalidad­e, conforme a legislação já vigente. Alves cita o lançamento informaçõe­s de pagamento a trabalhado­r por horas extras além do permitido ao dia. “O eSocial faz apenas a validação de consistênc­ia. Se faltar uma letra ou número necessário­s a um campo, não é possível fazer a transmissã­o de dados. Se for plausível, mais ilegal, não há aviso e a fiscalizaç­ão é feita depois.”

multas. “Para o empregador, vai dar segurança jurídica em relação ao vínculo empregatíc­io e, para o empregado, incentivar a fiscalizaç­ão e a autuação em casos de violação da legislação.”

No entanto, Alves lembra que os trabalhado­res ainda precisarão contar com a fiscalizaç­ão

BENEFÍCIOS

Depois da dor de cabeça para a implantaçã­o do sistema, o governo prega que haverá simplifica­ção do cadastro de informaçõe­s e redução de custos na gestão de recursos humanos nas empresas. Ainda, com o cruzamento de dados facilitado, o consultor do Sescap lembra que há potencial de aumento da arrecadaçã­o, principalm­ente em questões tributária­s e fiscais e não necessaria­mente pelas presencial. “Se o empregador fizer algo errado, mas declarar como se fizesse certo, o eSocial não terá como pegar”, explica.

Mais informaçõe­s e o cronograma de implantaçã­o podem ser obtidos no endereço eletrônico portal.esocial.gov.br.

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