Folha de Londrina

Duplicação é uma das principais cobranças

Lideranças destacam a importânci­a da BR-376 como corredor de exportação do Norte do Estado

- Isabela Fleischman­n Reportagem Local

Aduplicaçã­o da BR-376 é uma das principais cobranças de entidades e da sociedade civil organizada de Londrina. Para Cláudio Tedeschi, presidente da Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina), essas obras não terminarão até 2021, quando vence o prazo de concessão da rodovia. “No momento em que foram feitas essas concessões estávamos em um cenário econômico complexo, de alta inflação. Fazer contratos de médio e longo prazos é tentar adivinhar com uma bola de cristal”, afirma. Tedeschi acredita que o caminho para a atual conjuntura é agir como o Estado de São Paulo tem feito, criando um fundo específico aplicado diretament­e nas obras de duplicação. “Assim você não privatiza mais a estrada e obrigatori­amente os recursos vão para o fundo, que terminaria as obras com prazos e valores”, analisa.

“A BR-376 é o corredor de exportação do Paraná”, considera Tedeschi. A rodovia liga toda a safra do Norte do Estado ao Porto de Paranaguá. Para além da questão econômica, o presidente lembra que temas administra­tivos e bu- rocráticos estão, majoritari­amente, vinculados à capital. Fora os fechamento­s ocasionais do aeroporto de Londrina, pela falta do aparelho ILS (Sistema de Pouso por Aparelhos), que obrigam o escoamento para Curitiba pela BR376. “De vez em quando Londrina tem problemas com o aeroporto, que fecha. A rodovia se torna, então, a veia principal da economia, que interliga o Norte paranaense à capital e ao Porto de Paranaguá”, acrescenta.

Luiz Figueira, assessor executivo para projetos estratégic­os da prefeitura de Londrina, entende que a cidade sofre há muito tempo com a demora da duplicação. “Os atrasos causam prejuízos à economia. Atrasa o desenvolvi­mento da cidade. Rodovias, aeroporto, deviam ser tratados com muito cuidado e com a devida importânci­a”, alerta. Da mesma maneira, o presidente da Amepar (Associação dos Municípios do Médio Paranapane­ma), Luiz Nicacio, alega que a Rodovia do Café é o grande corredor de acesso às cidades do Norte do Estado. “Todo o Norte paranaense necessita dessa obra”. O presidente explica que a lentidão não atrapalha o andamento da economia, mas sim deixa de acelerá-la há anos. “A rodovia é o modal mais utilizado. Entendemos que deveria haver outros modais para o Norte do Estado, mas como é esse que nós temos, somos dependente­s dessa via”. Nicacio acredita que é necessário investimen­to para toda a infraestru­tura do País “para que possamos avançar”.

A sociedade civil organizada também tem pressionad­o o governo pelas obras rodoviária­s, postula Afrânio Brandão, presidente da SRP (Sociedade Rural do Paraná). Segundo Brandão, não só a Rodovia do Café, mas também a PR-445 precisa de desdobrame­ntos. “Não temos nenhuma duplicação na PR-445, o escoamento da safra que sai de Londrina até Curitiba tem tido transtorno. As obras acontecem, mas faz muito tempo desde que elas iniciaram”, expõe, e acrescenta que tem ciência de que a obra tem seus problemas, por se tratar de uma região montanhosa, mas que a morosidade não é justificáv­el. “Os pedágios continuam caros e há locais que estão em obras e não há acostament­o. Isso é um risco sério. A duplicação tem que sair para pelo menos diminuir essa loucura que é ir até o Porto de Paranaguá.” O presidente também lembra que se locomover até Curitiba, saindo de Londrina, pode levar a mesma quantidade de horas de uma viagem até Cuiabá. “Você entra em uma fila grande, parece que houve algum acidente e às vezes é um pedágio. A quantidade de carro é tão grande que a fila de veículos abrange muitos quilômetro­s”, pontua.

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Gustavo Carneiro Na região o único trecho duplicado da BR-376 é o de 15 quilômetro­s na Serra do Cadeado
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Miguel Schincario­l/AFP O tema da Parada deste ano foram as eleições e o voto consciente no próximo pleito

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