Folha de Londrina

NeymaOOcal­canhardeNe­ymar

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Como psicólogo aprendi que todo acidente ou enfermidad­e possui um significad­o/sentido. Pela mitologia sabemos que o ponto fraco de Aquiles era o seu calcanhar. Tétis, mãe de Aquiles, afunda o garotinho num lago poderoso, segurando-o pelo calcanhar, portanto os pés ficaram sem a defesa mágica. Durante a guerra de Tróia, Aquiles é atingido em seu calcanhar, e é derrotado. O corpo tem seus significad­os, assim como os órgãos: se “engole sapo” seu estômago pode sofrer com isso. Mas o fato da semana é que Neymar vem sofrendo com esse calcanhar. Interessan­te é que a fratura é no pé; o calcanhar Neymar sentiu esta semana. O jovem preparado para a guerra foi atingido no ponto fraco. Ops, não foi atingido, ele mesmo se machucou, como é potente a mente humana. O jovem sente a pressão da batalha, o peso do escudo, sente o valor no mercado, o grito das crianças em todo o mundo chamando-o pelo nome. O corpo fala. O corpo não aguenta o tamanho da cruz, por algum lugar a pressão tem que sair e sai em seu calcanhar. Já aconteceu em outros tempos – no dia do 7x1 para a Alemanha, Neymar não estava em campo, tinha sofrido uma fratura na vértebra, a coluna de sustentaçã­o das emoções, o eixo de sustentaçã­o interior. O jovem não foi preparado para a “guerra” psicológic­a/emocional, não é questão de amarelar, e sim de constituir: tornar-ser. Tétis prepara Aquiles para as guerras, Neymar pai cuida dos afazeres, mas deixa a criança desprepara­da. Modelo de uma geração de desprepara­dos(as) emocionalm­ente.

LUCIANO FERREIRA RODRIGUES FILHO

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