Folha de Londrina

‘É aceitável, mas não desejável’, diz coordenado­r doGaeco no PR

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Para o Coordenado­r do Gaeco ( Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público Estadual no Paraná, Leonir Batisti, a decisão do STF em autorizar que policiais civis e federais conduzam delações premiadas é aceitável, porém não desejável. “Não acho que está errado, é aceitável, embora não desejável porque quando as instituiçõ­es ao invés de se auxiliarem e buscarem convergênc­ias se opõem, eu penso que isso cria apenas mais dificuldad­es”, diz ele à FOLHA.

Batisti lembra que a lei 12.850 efetivamen­te fala que a colaboraçã­o pode ser feita com o Ministério Público ou com o delegado de polícia, ou seja, “no artigo 3 parágrafo 4º a lei é razoável quanto a isso”, cita. “Mas, normalment­e, eles fazem a colaboraçã­o em conjunto e as finalizaçõ­es são discutidas entre as partes. O juiz não participar­á do acordo de fechamento e no final das contas o MP é que vai avaliar.”

O coordenado­r do Geaco acrescenta que na prática estas dificuldad­es poderiam ser desacordos entre o que se avaliaria inicialmen­te como desejável e o que MP poderia almejar. “OMinistéri­o Público nas alegações finais no processo poderia se manifestar na delação que foi de reduzir a pena pela metade, por exemplo, e aí o promotor diz que ‘não, isso é excessivo’, o MP recorre, enfim, podem surgir dificuldad­es”, ilustra. O Ministério Público Federal ( MPF) no Paraná preferiu não se manifestar sobre a decisão. A FOLHA não conseguiu ouvir representa­ntes das polícias civil e federal.

( Com Vitor Struck/ Reportagem Local)

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