ONUaponta crimes de guerrana Síria
Um relatório da ONU ( Organização das Nações Unidas) divulgado nesta quarta- feira ( 20) aponta que tanto grupos rebeldes quanto as forças leais ao ditador Bashar al-Assad cometeram crimes de guerra entre fevereiro e abril durante o conflito na região de Ghouta Oriental, na Síria. Segundo o documento, as tropas do governo cometeramainda crimes contra a humanidade durante o cerco ao local, então um enclave rebelde próximo a Damasco.
Os militares sírios são acusados de bombardear o local e de fazer 265 mil pessoas que moravamna região passar fome. Conquistada em 2013 pelos rebeldes, Ghouta foi alvo de bloqueio do governo por cinco anos, o que dificultou a chegada de alimentos ao local.
Uma ofensiva das forças leais a Assad que começou em fevereiro permitiu ao ditador retomar o controle do local em abril. Foi exatamente esse período que uma comissão da ONU analisou para fazer o relatório, a pedido do Conselho de Direitos Humanos da entidade. As conclusões são baseadas em140 entrevistas, fotografias, vídeos, imagens de satélites e registros médicos.
De acordo com o relatório, entre fevereiro e abril de 2018, os militares sírios usa- ramtáticas “emgrande parte ilegais por natureza, visando punir os habitantes Ghouta Oriental e obrigar a população coletivamente a se render ou morrer de fome”. “Através dos bombardeios de áreas habitadas e da contínua negação de alimentos e medicamentos a civis sitiados durante o período em análise, as forças pró-governo perpetraramo crime contra a humanidade de atos desumanos que causam sofrimento mental e físico grave”, aponta o relatório.
Forças aéreas sírias e russas - Moscou é aliada de Damasco - realizaram ainda ataques aéreos em áreas residenciais, onde as famílias se aglomeravam em terrenos superlotados, sem banheiros, segundo a ONU. Os bombardeios atingiram inclusive hospitais, segundo o relatório.
Apesar das críticas ao governo sírio, o relatório afirma que os rebeldes que controlavama área também cometeramcrimes ao bombardearem Damasco em resposta aos ataques que sofreram. “Mesmo que as forças do governo tenham atacado e submetido a população de Ghouta Oriental à fome, não há justificativa para o bombardeio indiscriminado de áreas habitadas por civis em Damasco”, disse Hanny Megally, um dosmembros da comissão que fez o relatório, em comunicado.
São Paulo -