Folha de Londrina

Indefiniçã­o sobre tabela de fretes pode durar até agosto

Reunião de caminhonei­ros com representa­ntes da indústria e do agronegóci­o, no gabinete do ministro Luiz Fux, termina sem acordo

- Nelson Bortolin Reportagem Local

Aindefiniç­ão sobre a tabela de fretes para o transporte rodoviário de cargas pode durar até o fim de agosto. A reunião entre representa­ntes do setor, da indústria e do agronegóci­o com o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Luiz Fux, realizada nesta quarta- feira ( 20), terminou sem acordo. O ministro é o relator das ADIs (ações diretas de inconstitu­cionalidad­e) movidas pelos empresário­s contra a tabela, que tramita no Congresso na forma da Medida Provisória 832. Em busca de consenso, Fux suspendeu as ações e as liminares obtidas pelos usuários de transporte em outras instâncias. Ele marcou nova re u n i ã o p a ra a próxima quinta- feira ( 28). Não havendo acordo nesta data, a decisão pode ficar para uma audiência pública dia 27 de agosto.

“A decisão que eu tomei foi de suspender todas as decisões liminares até a semana que vem, dia 28 de junho, quando eles apresentam uma proposta intermediá­ria. Não chegando a um consenso, vou reavaliar a suspensão do processo ou não até a realização de audiência pública em 27 de agosto”, disse o ministro.

O impasse está no fato de o agronegóci­o e a indústria quererem que a tabela de frete seja apenas uma referência para o setor de transporte e não impositiva como é agora. “Somos contra qualquer tipo de tabelament­o. O mercado tem que ser livre para, em função de maior ou menor demanda, negociar preços”, afirmou o presiden- te da CNI ( Confederaç­ão Nacional da Indústria), Robson Andrade.

O chefe da assessoria jurídica da CNA ( Confederaç­ão Nacional da Agricultur­a), Rudy Ferraz, disse que, se não houver consenso na próxima semana, a entidade vai insistir na tentativa de suspender de forma cautelar os efeitos da tabela de frete até nova audiência.

O representa­nte dos caminhonei­ros que transporta­m grãos, Gilson Baitaca, disse que a categoria não aceita tabela referência. Ele saiu da reunião com a impressão de que Fux não irá declarar a medida inconstitu­cional. “O ministro está interessad­o em conseguir um acordo”, afirma. O caminhonei­ro espera q u e, p o r m e i o d a A N T T (Agência Nacional de Transporte­s Terrestres), o governo irá intermedia­r encontros entre as partes para que haja um acordo até a próxima quinta-feira.

Outro representa­nte da categoria, o presidente da CNTA ( Confederaç­ão Nacional dos Transporta­dores Autôn o m o s ) , Diu m a r Bu e n o, também discorda da tabela como referência. “Nós reivindica­mos o preço mínimo”, afirmou. Acima desse preço mínimo, segundo ele, poderia ocorrer a livre pactuação, que é defendida pelas entidades empresaria­is.

O dirigente comentou que agora ficou claro para empresário­s, governo e opinião pública que há uma distorção muito grande na contrataçã­o de frete. Ele se refere à relação entre os caminhonei­ros autônomos e transporta­doras.

O agronegóci­o e a indústria querem que a tabela de frete seja apenas uma referência

NAVIOS PARADOS

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Marcelo Camargo/Agência Brasil Ministro Luiz Fux recebeu representa­ntes dos caminhonei­ros, da indústria e da agricultur­a: sem acordo, nova reunião foi marcada para a semana que vem

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