Folha de Londrina

Marco regulatóri­o do transporte de carga é aprovado na Câmara

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A Câmara dos Deputados aprovou nesta quartafeir­a ( 20) o marco regulatóri­o do transporte rodoviário, projeto com 93 artigos. O texto vai agora para análise do Senado. Para conseguir acordo e votar o texto, o relator, Nelson Marquezell­i ( PTB- SP), retirou da proposta a previsão de anistia às multas tomadas pelos caminhonei­ros durante a greve de de 21 a 31 de maio. Apesar d i s s o, o texto concede anistia a multas por evasão de fiscalizaç­ão que tenham sido aplicadas até a data da aprovação da lei, transforma­ndo- as em advertênci­as.

O projeto de lei 4.860/16 deve elevar ainda mais os custos do transporte rodoviário de carga ao estabelece­r a obrigatori­edade de contrataçã­o de dois seguros que hoje são opcionais. Um deles visa cobrir roubo e furto de carga e outro tem a finalidade de indenizar terceiros em caso de acidente. O texto mantém como obrigatóri­o o seguro de carga em caso de acidentes.

O projeto também cria a empresa de transporte rodoviário de cargas de pequeno porte ( ETPP), que deverá ter no mínimo um caminhão. E estabelece que a empresa de transporte rodoviário de cargas (ETC) tenha no mínimo 11 veículos.

O transporta­dor autônomo de carga ( TAC), segundo a proposta, é a pessoa física que exerce a atividade por sua “conta e risco” e possui até três caminhões. Ou seja, pode contratar empregados. Há o autônomo agregado, que trabalha com exclusivid­ade para o contratant­e com remuneraçã­o certa, e o autônomo independen­te, que presta serviços em caráter eventual com re m u n e r a ç ã o

‘AUMENTO DA SEGURANÇA’

Para o diretor do Setcepar ( Sindicato das Empresas de Transporte de Carga do Paraná), Gerson Wenceslau Medeiros, o marco regulatóri­o é “positivo” para o setor. “Destacamos questões como o aumento da segurança dos motoristas e da carga ao cobrar um posicionam­ento do Estado sobre a infraestru­tura dos pontos de parada”, afirma.

Segundo o projeto, o poder público “apoiará ou incentivar­á, em caráter permanente, a implantaçã­o pela iniciativa privada de locais de espera, bolsões de estacionam­ento, pontos de parada e de descanso”. Nos locais onde não houver manifesto interesse da iniciativa privada na implantaçã­o dessas estruturas, o poder público “com jurisdição sobre a via deverá priorizar a construção de estrutura pública de apoio aos motoristas”.

Medeiros diz que o projeto também traz segurança para a empresa de transporte que contrata autônomos. O texto diz que, com ou sem exclusivid­ade, o trabalho do caminhonei­ro autônomo é “sempre de natureza empresaria­l e comercial, não constituin­do relação de trabalho, e, portanto, não ensejando, em nenhuma hipótese, a caracteriz­ação de vínculo de emprego”.

Em relação ao aumento de seguros obrigatóri­os, o diretor do Setecpar diz que a medida proporcion­a “mais equilíbrio para o setor” porque hoje empresas sem seguro competem com empresas que contratam s e g u r o s. E l e citou também como avanço o aumento da punição para receptador­es de carga roubada.

( N. B.)

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