Ministério da Censura
“Jornalismo é tudo aquilo que alguém não quer ver publicado. O resto é propaganda.” (George Orwell)
No romance “1984”, de George Orwell, o cidadão Winston Smith vive em um país chamado Oceania, república socialista de partido único, governada pelo todopoderoso Grande Irmão. Winston é funcionário subalterno em um departamento do Ministério da Verdade. Seu trabalho consiste em revisar antigos textos de jornais, substituindo palavras e expressões que foram proibidas pelo regime. Por sinal, todas as palavras são trocadas no mundo de “1984”: o Ministério do Amor promove o ódio; o Ministério da Paz promove a guerra; e o Ministério da Verdade promove a mentira.
Eu me lembrei imediatamente do livro de Orwell ao receber a notícia de que mais de 200 páginas e perfis de linha conservadora foram banidos do Facebook no dia de ontem. Em conluio com agências de patrulhamento ideológico, a rede social simplesmente baniu conteúdos de “extrema-direita” que semeiam a “desinformação”. Entenda-se: “extrema-direita” é tudo aquilo que não segue o manual politicamente correto da esquerda. “Desinformação” é toda informação que desagrada os companheiros.
Logicamente, nada se faz nem fará contra perfis e páginas de militantes esquerdistas que difundem aos quatro ventos notícias falsas, ataques sórdidos e teses criminosas. Se o cara é de esquerda, está autorizado a cometer as piores atrocidades na rede social. É gente “de casa”.
O que está sendo feito tem um nome só: CENSURA PRÉVIA. Como se trata de um nome feio, irão substituílo por outros: “controle social”, “fact-checking”, “marco regulatório”. Tudo porque consideram vocês, meus sete leitores, e outros milhões de leitores brasileiros, como incapazes de avaliar a veracidade de uma informação, a consistência de um argumento, a solidez de uma narrativa. Toda censura prévia equivale a chamar você de burro.
O mais vergonhoso, neste episódio, é ver os militantes festejando a censura dos adversários na internet. Fazem-me pensar nas claques que aplaudiam as sentenças de morte de Stálin, nas turbas que se alegravam com o espancamento de judeus na Alemanha nazista, nos participantes da Semana do Ódio em “1984”. A alegria com a dor do inimigo é um dos espetáculos mais deploráveis que podemos conceber.
Este é apenas um prenúncio do que virá por aí.
O povo brasileiro, em sua vasta maioria, possui valores conservadores e cristãos; por isso, aqueles que se julgam donos do país precisam controlar o fluxo de informações a qualquer preço. Não me espantará em nada se nos próximos dias houver novas ondas de censura, banimento e intimidação. Afinal, eles são o Ministério da Verdade.
Rede social institui a censura prévia a páginas e perfis conservadores. Isso é chamar você de burro!