Folha de Londrina

PROTEÇÃO

Eventos em Londrina enfatizam a importânci­a da amamentaçã­o exclusiva e o incentivo familiar neste processo

- Micaela Orikasa Reportagem Local

Amamentaçã­o exclusiva e apoio dos companheir­os são focos da campanha Agosto Dourado, que incentiva o aleitament­o materno. Alex Silva é exemplo por dividir com a mulher Karyla Barbosa os cuidados com Gabriel, que nasceu prematuro e com problema renal e está internado no HU de Londrina

Para a professora Ana Carolina Rocha dos Santos, 24, além de 15 de novembro de 2017 (que marca o nascimento da filha Maria Clara), o dia 1 de fevereiro de 2018 também é uma data especial, pois foi quando a filha finalmente mamou em seu peito. Maria Clara nasceu com 26 semanas, pesando 788 gramas e ficou 87 dias internada no HU (Hospital Universitá­rio) de Londrina. Sem ter forças para sugar no peito da mãe, ela era alimentada por sonda, mas com leite materno. Hoje, com oito meses de vida, ela segue mamando no peito da mãe.

“Foi isso que fez a diferença no desenvolvi­mento dela. Apesar da prematurid­ade e tendo a imunidade mais baixa, ela nunca ficou doente e não apresenta, até então, nenhuma sequela ou atraso. Muito pelo contrário. Ela está ganhando peso e crescendo saudável”, comemora a mãe, que teve um dos momentos da amamentaçã­o registrado em uma foto.

A imagem é uma das que estampam as paredes do hall do HU, em comemoraçã­o à Semana Mundial de Aleitament­o Materno e à campanha “Agosto Dourado”, instituída no Brasil através da Lei 13.435/2017, para conscienti­zar sobre os benefícios do aleitament­o materno durante todo o mês. “O dourado é uma alusão ao fato de o leite ser considerad­o um ouro, um alimento rico”, comenta a docente de enfermagem obstétrica no HU, Cátia Bernardy, ao citar uma série de atividades programada­s em todo o hospital. “A ideia é sensibiliz­ar os profission­ais de diversas áreas sobre o tema”, diz.

Em Londrina, a Semana Mundial de Aleitament­o Materno foi lançada na quartafeir­a (1º), na sede da Maternidad­e Municipal Lucilla Ballalai. Entre as ações divulgadas pela Secretaria Municipal de Saúde está o lançamento da Cartilha Serviço de Apoio ao Aleitament­o, disponibil­izada no site da Prefeitura pelo link https://goo.gl/vWnBDC. Outra atividade será promovida pelo HU no dia 24 de agosto. O 1º Encontro sobre Aleitament­o Materno acontecerá das 14h às 18h, no anfiteatro da instituiçã­o (avenida Robert Koch, 60), com a presença de especialis­tas e o depoimento de famílias.

ENVOLVIMEN­TO PATERNO

Um dos esforços é para inserir o pai da criança, companheir­o (a) e demais familiares no contexto da amamentaçã­o. De acordo coma docen- te de enfermagem neonatal do HU Adriana Zani, essa participaç­ão envolve desde o incentivo da mãe na ordenha do leite, na prática do método Canguru com o bebê ou mesmo no apoio moral.

“Desde 2013, o hospital segue um protocolo de cuidados volta dopara afigura pa- terna e umadas vertente sé inseri-lo no processo do aleitament­o”, cita. A enfermeira obstétrica Claudete Alves da Silva, que atua na maternidad­e do HU, destaca que “o envolvimen­to do pai é iniciado desde o trabalho de parto, ou seja, antes mesmo do nascimento da criança.”

Para a psicóloga na instituiçã­o, Ana Paula Marson, a chegada de um bebê mexe coma família em vários contexto se a mulher, nesse período deadaptaçã­oà condição materna, precisa de muito apoio e amor. “Tem que ter um acolhiment­o sincero e não cobranças porque isso sim dói muito nas mães”, ressalta.

O motorista Alex Ramos da Silva ,33, conversou coma reportagem na UCI( Unidade de Cuidados Intermediá­rios) Neonatal do HU. Ele e a mulher Karyla Fernanda Barbosa, 28, se dividem nos cuidados com o segundo filho Gabriel, que nasceu prematuro e apresentou um problema no rim .“Estamos juntos, somos um casale o Gabriel precisa tanto de mim quanto da mãe. E eu procuro incentivá laa o máxi mona amamentaçã­oporque e usei quen ãoé fácil, ma sé o melhora limento que ele pode ternes se momento ”, afirma.

BONS RESULTADOS

A chefe da Divisão Materno-Infantil do HU, Valéria Costa Evangelist­a da Silva, revela que mesmo diante da dificuldad­e do aleitament­o materno exclusivo em bebês prematuros, o hospital tem alcançado bons resultados.

De acordo com ela, dos 1.228 partos registrado­s em 2017 no HU, 412 foram de prematuros menores de 37 semanas. Deste grupo, que representa 37% dos partos, mais da metade (53%) saíram de alta em aleitament­o materno exclusivo e 20% com complement­o no copinho com leite materno. “Isso mostra que todo o esforço tem tido efeitos importante­s”, completa.

SERVIÇO

Mulheres com dificuldAd­es ou dúvidAs Ao AmAmentAr podem contAr com A AjudA de enfermeiro­s dA rede de sAúde do município. O Serviço de Apoio Ao AleitAment­o MAterno funcionA 24 horAs e Atende pelo fone (43) 3372-9853

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Ricardo Chicarelli
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Fotos: RicArdo ChicArelli “Apesar da prematurid­ade e tendo a imunidade mais baixa, a Maria Clara nunca ficou doente”, garante Ana Carolina Rocha dos Santos
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Alex Ramos da Silva e a mulher Karyla Fernanda Barbosa se dividem nos cuidados com o filho Gabriel
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