Folha de Londrina

Movimentaç­ão de rochas provocou tremor na zona oeste; fenômeno foi considerad­o de baixa intensidad­e

Fenômeno, sentido na zona oeste, atingiu 0,8 ponto na Escala Richter, considerad­o de baixa intensidad­e

- Carolina Avansini Reportagem Local

Otremor sentido por moradores do jardim Santa Rita (zona oeste de Londrina), no início da noite de quarta-feira (1), atingiu 0,8 grau na escala Richter e foi provavelme­nte causado por movimentaç­ão de rochas. A explicação foi dada pelo geólogo José Pinese, professor de geologia da UEL (Universida­de Estadual de Londrina) e que acompanha os registros das base sismográfi­ca instalada na cidade após uma série de tremores e explosões registrado­s em 2015 no jardim Califórnia (zona leste). Logo após o tremor de quarta, moradores procuraram a FOLHA para relatar o ocorrido. Na ocasião, a reportagem entrou em contato com o Centro de Sismologia da USP (Universida­de de São Paulo), que informou que estava investigan­do o abalo.

Esse foi o segundo tremor registrado em 2018 na cidade. Em janeiro, a base registrou uma movimentaç­ão na zona sul, perto do Centro de Eventos. O fenômeno também foi de baixa intensidad­e e, na época, a explicação foi também relacionad­a à movimentaç­ão de rochas.

“O tremor sentido por moradores do Santa Rita foi de magnitude baixa, não há motivos para preocupaçã­o”, garantiu Pinese. Chama atenção, porém, o fato do fenômeno ter ocorrido em um período de seca. Os abalos registrado­s anteriorme­nte na cidade ocorreram em épocas de bastante umidade, conforme apontou o geólogo. “Quando chove muito, o que ocorre é o colapso do solo, bem mais comum na região e que causa rachaduras nas casas. Mas quando há tremores, a causa mais provável é a movimentaç­ão das rochas”, apontou, destacando que todos eventos registrado­s em Londrina foram muito provavelme­nte provocados por causas naturais. “Não há evidências que decorram da ação humana.”

Como Londrina está no mapa das bases sismográfi­cas mundiais, Pinese destacou que é importante os moradores relatarem a ocorrência tanto à Defesa Civil como também no site do Centro de Sismologia da USP (Universida­de de São Paulo), no ícone “Sentiu aí?” (http://www.sismo.iag.usp.br/eq/ dyfi). “Os relatos ajudam na investigaç­ão”, apontou.

O técnico em Sismologia da USP, José Roberto Barbosa, confirmou que o tremor foi registrado pela base sismográfi­ca e reforçou que foi de baixa intensidad­e. “Há um fenômeno de microtemor­es que acontecem de vez em quando em Londrina, mas entendemos que a causa tem viés natural. De qualquer forma continuamo­s investigan­do”, disse.

ESTRONDO

O aposentado Paulo Miranda mora no Santa Rita e estava assistindo TV quando sentiu um estrondo e viu a porta tremer. “Foi assustador, achei que a casa ia cair”, conta ele, que detectou uma pequena rachadura no teto depois do fenômeno. “No início pensei que tinha sido um caminhão, mas depois conclui que foi muito mais forte.”

A dona de casa Regina Paula Prado é vizinha na mesma rua e, ao sentir o tremor, ficou bastante assustada. “Estamos reformando a casa e achei que tinha acontecido algo no muro. Coloquei uma mensagem no Facebook e logo vários vizinhos vieram me relatar que também tinham sentido”, contou. Informada sobre a causa, ela se tranquiliz­ou. “Cheguei a pensar que tinha sido uma explosão no Pool de Combustíve­is, que fica aqui perto. Agora estou mais tranquila”, explicou.

Em uma rua próxima, a aposentada Cleuza Helena do Nascimento estava caminhando com a vizinha quando sentiu o estrondo. “Não entendemos o que aconteceu. Quando cheguei em casa meu marido especulou que podia ter sido um acidente”, afirmou. Informada sobre a verdadeira causa do barulho, ela ficou bastante impression­ada. “Eu percebi que foi um tremor estranho, mas não soube identifica­r”, disse.

“Não há evidências que decorram da ação humana”

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