‘Em outras cidades essas coisas ficam por isso mesmo’
Para o professor de ética e filosofia política do Departamento de Filosofia da UEL (Universidade Estadual de Londrina) Elve Censi é preciso diferenciar, nas ações movidas por improbidade administrativa, os casos em que há a ilegalidade comprovada. “São precedimentos que foram efetuados que deveriam ter sido de outra forma. E têm outros casos, principalmente envolvendo a gestão do Antônio Belinati, que são casos clássicos de desvio de dinheiro público, ficou escancarado”, pondera.
Censi ressalta a formação de uma “cultura” mais combativa na cidade e que, segundo ele, não é percebida da mesma forma em outros municípios com relação aos gestores locais.
“Tem uma coisa em Londrina que é paradoxal, quando você pega o histórico da qualidade dos políticos, você diria: ‘poxa, nossa cidade é complicada’. Por outro lado não dá pra desconhecer o seguinte, nós já cassamos dois prefeitos e tem alguns diferenciais, um pouco é o Ministério Público que precisa ser considerado, mas também tem uma outra instância importante que se chama imprensa. Em outras cidades há um controle da imprensa e aqui você tem uma imprensa bastante combativa, principalmente do Belinati para cá, esta imprensa tem colaborado para quando estas questões vêm à tona a ponto de gerar um debate da cidade e tem consequências”, afirma.
Já em relação ao IPTU, ele destaca não apenas o aumento do imposto, mas a forma como a revisão da planta de valores foi realizada. “Já fez uma manobra colocando o um suplente de vereador na Câmara e pagou um preço político, em seguida envia o projeto, que é aprovado sem nenhum aprofundamento deste debate na Câmara. Quando as investigações não prosperam vai provocando um desgaste político silencioso, um passivo que vai se acumulando e politicamento produz um resultado negativo porque vai minando a base de apoio”, explica.