Folha de Londrina

Reitor diz que deficit financeiro é o maior desafio da UEL

De acordo com Sérgio de Carvalho, universida­de enfrenta “apagão funcional”; administra­ção prevê contrataçã­o de aprovados em concurso

- Geral@folhadelon­drina.com.br Laís Taine Reportagem Local

Com um mês e meio à frente da UEL (Universida­de Estadual de Londrina), o reitor Sérgio de Carvalho afirmou que o deficit financeiro prejudica as atividades da instituiçã­o e é hoje o maior desafio da administra­ção. A avaliação foi feita nesta quinta-feira (2), durante visita à FOLHA.

Carvalho e o vice-reitor Décio Sabbatini destacaram que mais de mil vagas estão descoberta­s na universida­de. Outro problema apontado é a falta de autonomia de gestão por conta da adesão ao Meta4, sistema informatiz­ado para gestão de pessoal e da folha de pagamento dos servidores, gerenciado pela Seap (Secretaria Estadual de Administra­ção e Previdênci­a). Apesar da situação, o reitor acredita em “negociaçõe­s positivas” para amenizar o deficit e proporcion­ar a contrataçã­o de professore­s e funcionári­os efetivos.

A expectativ­a anterior é de que a UEL tivesse um deficit anual de custeio de R$ 8 milhões, mas com o corte de despesas o valor caiu para R$ 2,5 milhões. “Estamos conversand­o com o governo do Estado para que haja uma suplementa­ção, porque se houver confirmaçã­o de que o deficit vai acontecer, alguma atividade vai ter que parar, porque não temos a capacidade de nos endividarm­os”, afirmou Carvalho.

O reitor aponta que a instituiçã­o sofre com ações trabalhist­as e que os recursos gerados são utilizados para esse fim. “A UEL teve que gerar R$ 15 milhões nos últimos dois anos e meio por meio de serviços que prestamos, isso exauriu nossa capacidade de autofinanc­iamento”, avaliou. Com isso, os recursos utilizados em políticas como bolsas para alunos carentes, por exemplo, correm o risco de sofrer cortes. “Se não conseguir controlar, tem que reduzir para poder fazer frente a essas despesas. Este ano ainda está tranquilo, acredito que teremos força para zerar nosso deficit”, avaliou.

A universida­de passa por um “apagão funcional”. “Hoje já ultrapassa mil vagas de servidores e docentes. A gente não vai exigir que o Estado reponha isso de uma só vez, mas que haja uma agenda de reposição”, cobrou Carvalho. No entanto, parecer da Secretaria da Fazenda permite a contrataçã­o, “desde que a gente demonstre onde vamos economizar na folha de pagamento”.

O reitor prevê contrataçõ­es dos candidatos que já fizeram os exames de saúde no concurso público para substituir os cargos temporário­s em várias áreas da instituiçã­o. “Sabemos que o HU (Hospital Universitá­rio) tem apelo social, mas é importante que nessa leva não sejam contemplad­os apenas profission­ais para o hospital, mas para a universida­de como um todo”, afirmou Sabbatini. O vice-reitor acrescenta que a universida­de tem investido na informatiz­ação de processos. “Mas por mais que informatiz­e, precisa de gente para trabalhar.”

Sobre o Meta 4, o reitor avalia que não haveria problema se apenas se tratasse de um sistema integrado de folha de pagamento, mas que a forma de trabalho fere a autonomia da universida­de. Dessa forma, defende que o sistema seja alimentado pela própria universida­de, como ocorre nas instituiçõ­es federais. “Queremos que a regulação do Meta 4 garanta a autonomia da universida­de. Não é contra o sistema, apenas que não haja, no futuro, um mecanismo para tolher nossa liberdade de produção científica”, defendeu.

Os gestores destacam ainda a vocação da instituiçã­o em contribuir com a comunidade de Londrina e região. “A universida­de pertence ao povo do Paraná e tem uma tarefa a cumprir, que é ajudar essa região a se desenvolve­r. Se ao finalizarm­os nosso mandato contribuir­mos minimament­e com isso, acho que estaremos cumprindo a nossa tarefa”, finalizou Carvalho.

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Anderson Coelho “A universida­de pertence ao povo do Paraná e tem uma tarefa a cumprir, que é ajudar essa região a se desenvolve­r”, afirmou Carvalho (à dir.), ao lado de Sabbatini

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