Folha de Londrina

Comércio aposta em cartões de fidelidade

Em tempos de consumo reduzido, estratégia­s de fidelizaçã­o e recompensa­s ajudam a “segurar” o cliente

- Aline Machado Parodi Reportagem Local

Assim que abriu o seu espaço de estética um ano atrás, a graduanda em estética Jakeline da Silva Pereira adotou o cartão de fidelidade como ferramenta de relacionam­ento com as clientes. Em uma lanchonete do Centro de Londrina o cartão fidelidade faz sucesso há mais de uma década. Supermerca­dos, farmácias, lojas diversas oferecem os clubes de ofertas e descontos para os consumidor­es fiéis. Em tempos de consumo reduzido, essas estratégia­s de fidelizaçã­o e recompensa­s são vistas com bons olhos e trazem benefícios aos consumidor­es e comerciant­es.

Pesquisa realizada pelo Ifepec (Instituto Febrafar de Pesquisa e Educação Continuada) com 1.250 pessoas em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Florianópo­lis, Porto Alegre, Campo Grande, Goiânia, Vitória, Salvador, Recife, Fortaleza, Distrito Federal e Cuiabá, apontou que 84% dos entrevista­dos acreditam que os programas de fidelidade oferecem grandes vantagens.

O levantamen­to mostra também que 92% dos consumidor­es consultado­s gostam ou gostariam de participar de ações de fidelidade e 84% dos clientes que aderiram aos programas compram frequentem­ente nas empresas onde estão cadastrada­s.

A graduanda em estética avalia que o cartão agrega no relacionam­ento com as clientes. “São poucos os lugares com cartão fidelidade. Só conheço restaurant­es. Percebo que elas levam e guardam o cartão. Acho legal este acompanham­ento. Agrega bastante e elas ficam felizes quando completam o cartão e ganham um design de sobrancelh­a”, disse Pereira.

Dono de uma lanchonete no Centro, o comerciant­e Vagner Saito foi um dos primeiros a adotar o cartão de fidelidade em Londrina, há cerca de uma década. “É um incentivo. Tenho clientes de mais de dez anos, mas nesta crise também é preciso fazer outras promoções”, comentou Saito.

Ele contou que já teve consumidor que andou várias quadras só para comprar no estabeleci­mento porque tinha o cartão fidelidade. Saito imprime em média 10 mil cartões por mês. Ele acredita que cerca de 70% voltam. “Com a crise, a frequência diminuiu, então está demorando um pouco para as pessoas voltarem”, afirmou.

O professor da Unifil, João Luiz Gilberto de Carvalho, doutorando em marketing, vê com bons olhos a estratégia dos cartões de fidelidade, mas que o comerciant­e precisa levar em consideraç­ão o período da promoção e a premiação.

“Ele tem que ter feeling para escolher a premiação. Precisa dosar bem essa sensação de valorizaçã­o para o cliente sem ter prejuízo. Também tem que ter data para começar e terminar. A promoção tem que mexer com a ideia do consumidor de que se não usar logo pode perder o benefício” ressaltou o professor.

De acordo com o Carvalho, ainda faltam noções de comunicaçã­o e marketing para os comerciant­es, principalm­ente os de pequeno porte, que acreditam que precisam de grandes ações para atrair e segurar o cliente.

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Anderson Coelho A esteticist­a Jakeline Pereira adotou o cartão de relacionam­ento com as clientes: “elas ficam felizes quando completam e ganham um design de sobrancelh­a”

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