Folha de Londrina

CHUVARADA -

Iapar aponta maior volume de chuva do ano em um acumulado de 24 horas nesta sexta-feira

- Carolina Avansini Micaela Orikasa Reportagem Local Isabela Fleischman­n)

Depois de um mês e meio de estiagem, Londrina teve o dia mais chuvoso do ano. Até o final da tarde, 112 mm foram registrado­s na cidade – mais do que os últimos quatro meses. Média histórica do mês de agosto é de apenas 52 mm. Previsão é que a chuva persista pelo menos até segunda-feira (6).

Após 47 dias de seca, Londrina recebeu a maior chuva do ano no acumulado de 24 horas nesta sexta-feira (3). Até o final da tarde, 112 mm foram registrado­s na cidade – mais do que os últimos quatro meses. A última vez que Londrina recebeu tanta água foi dia 27 de março, com 66 mm em um dia.

O aguaceiro deve permanecer até segunda-feira (6). Segundo Heverly Morais, agrometeor­ologista do Iapar (Instituto Agronômico do Paraná), o motivo do grande volume que atingiu o Norte do Paraná é uma massa de ar provenient­e do Mato Grosso e do Paraguai.

Choveu mais do que o previsto para todo o mês de agosto, quando a média é de 52 mm. A última grande chuva em 24 horas no oitavo mês do ano tinha sido em 1986, com 62,5 mm. Para Morais, as mudanças climáticas podem ser o motivo da chuva irregular.

Desde que a chuva começou a ser medida no Iapar há 42 anos, jamais houve uma estiagem como a dos últimos quatro meses, quando em razão de uma instabilid­ade atmosféric­a, choveu apenas 73 mm.

Apesar de muita água durante todo o dia, a chuva foi fraca nesta sexta e não foram registrado­s grandes problemas no Estado. Segundo a Defesa Civil, ainda há risco de alagamento­s, deslizamen­tos e enxurradas no Norte. Em Maringá, o acumulado de quinta (2) e sexta-feira foi de 102,6 mm até o início da tarde. Em Paranavaí (Noroeste), choveu 75 mm e em Apucarana (Centro-Norte), 97,2 mm.

De acordo com o Iapar, a chuva deve suprir o deficit hídrico do solo, o que ajuda as lavouras de trigo. Para Angela Costa, também meteorolog­ista do Iapar, a condição de instabilid­ade segue até segunda-feira (6), com chuva leve e temperatur­as entre 14°C e 24°C. “Isso se deve à passagem de um sistema de alta pressão do oceano que traz umidade, associado ao calor que vem do CentroOest­e. Tudo isso contribui para áreas de instabilid­ade em todo o Norte do Estado”, explicou.

A partir de terça-feira (7), o tempo volta a ficar estável, com temperatur­as elevadas, com máxima de 30°C e mínima de 17°C.

EM BOA HORA

A chuva em Londrina chegou em boa hora. Ao todo, foram 47 dias de “veranico” tempo seco, altas temperatur­as e baixa umidade do ar. No dia 31 de julho, uma leve chuva (4,8 mm) caiu na região, mas, de acordo com a meteorolog­ista, o volume é considerad­o muito baixo.

CAMINHADA

O clima não intimidou o comerciant­e Romeu Pereira, que saiu para a caminhada diária de guarda-chuva, em nome da saúde. “Sou diabético e caminho todos os dias, de segunda a domingo. Só uma chuva muito forte me impediria”, afirmou ele, que só não conseguiu se exercitar na academia da barragem do Lago Igapó. Apesar do incômodo, ele gostou da mudança no tempo. “Estava muito seco, foi necessário”, comemorou.

No Calçadão, a aposentada Berenice Martins também enfrentou a chuva para não perder a hora da fisioterap­ia. “Quebrei a mão e não posso faltar”, explicou ela, que garantiu que a chuva não vai impedir o passeio do fim de semana. “Não gosto de ficar em casa. Saio com ou sem chuva”, garantiu.

Wilson Boas, que vende cachorro-quente no Centro, gostou da chuva por ter amenizado o tempo seco, mas já se preparava para queda nas vendas. “Quando chove o pessoal não sai de casa se não for muito necessário. Mas não reclamo porque chover é bom para a saúde e para o cultivo dos alimentos. O lado bom é que o frio deixa as pessoas com mais fome”, disse.

OPERANDO POR INSTRUMENT­OS

O Aeroporto Governador José Richa, em Londrina, operou por instrument­os desde a madrugada. Entre a zero hora e as 13 horas desta sexta-feira, quatro voos foram cancelados. Às 7h55, um voo que saiu do Aeroporto de Congonhas (SP) foi desviado para Maringá. A companhia aérea fretou um ônibus para os passageiro­s retornarem para Londrina. Outro voo que saiu do aeroporto de Guarulhos (SP) foi desviado para para São José dos Pinhais (Região Metropolit­ana de Curitiba).

A empresária Analice Berti está em férias com a família e pretendia chegar em Salvador (BA) nesta sexta-feira, às 15h30. Acompanhad­a do marido, o bancário Robson Berti, e dos filhos Arthur, 2, e Felipe, 3, no Aeroporto José Richa, ela foi comunicada que o voo atrasou por causa da chuva. “A chuva é necessária, mas não esperava que fosse vir bem no dia da nossa viagem” , lamentou.

A coach Mônica Prison Storti pretendia pegar o mesmo voo porque teria compromiss­os em São Paulo, mas se conformou com a possibilid­ade de atraso. “Em Londrina a gente nunca fica tranquila para viajar quando chove”, criticou.

ACIDENTE

Um homem ficou ferido depois que uma árvore caiu no carro dele na rua Canudos, no jardim Higienópol­is (centro de Londrina). A árvore atingiu o veículo em movimento e o motorista ficou preso. O local ficou isolado e ele foi resgatado, com ferimentos leves.(Colaborou

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Gustavo Carneiro
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Gustavo Carneiro Chuva desta sexta foi maior do que o previsto para todo o mês de agosto
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Gina Mardones O clima não intimidou o comerciant­e Romeu Pereira, que saiu para a caminhada diária de guarda-chuva

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