Folha de Londrina

LIDERANÇA

Em um ambiente de incertezas, empresário­s e executivos precisam aprender a tomar decisões com mais segurança e a influencia­r pessoas

- Mie Francine Chiba Reportagem Local economia@folhadelon­drina.com.br

Cenário de incertezas econômicas e políticas obriga executivo a tomar decisões com mais segurança e a influencia­r pessoas

Os cargos de liderança podem ser muito solitários. A pressão é grande, e diante de um cenário de incertezas econômicas e políticas e em que a tecnologia e os novos modelos de negócios trazem mudanças radicais ao mercado, executivos e donos de empresas precisam aprender a tomar decisões com segurança e a motivar as pessoas a seguirem o mesmo caminho. “Tenho que criar um mecanismo que me permita estar mais confiante, seguro na tomada de decisões. A tomada de decisões não pode ser intuitiva”, enfatiza Paulo Vendramini, diretor do PDE (Programa de Desenvolvi­mento de Executivos) do ISE Business School, escola de negócios.

“Há uma inseguranç­a no mercado, dadas as circunstân­cias de incerteza da condição econômica, alimentada pela incerteza política, que afeta principalm­ente o volume de negócios das empresas”, comenta Vendramini. Como reflexo desse contexto, as empresas aumentam os esforços para se tornarem mais competitiv­as e superarem a concorrênc­ia através da excelência operaciona­l. Os novos negócios que surgem para atender demandas antigas com com custo relativame­nte baixo, como os aplicativo­s de mobilidade, também é motivo de atenção para os executivos. “É um tempo de bastante agitação. Há que estar muito atento. Há uma preocupaçã­o adicional em monitorar onde está o meu negócio para que eu descubra oportunida­des ou perceba potenciais ameaças para o meu negócio.”

Além de tomarem decisões com mais confiança, os executivos precisam aprender a influencia­r as pessoas à sua volta, acrescenta o diretor. “Ser capaz de influencia­r as pessoas no sentido de que elas entendam a decisão que tomei e se motivem a implementá-la.” Segundo Vendramini, esse é o “auge do exercício da liderança”. “Acho que as pessoas vão tomando cada vez mais consciênci­a de que só consigo isso através das pessoas. Que todos sintam a dor do dono de que temos todos que ir para frente, que é luta de todos nós. O desafio do líder hoje é conseguir que haja alto engajament­o no resultado da empresa.”

Porém, o diretor também ressalta a necessidad­e de empresário­s e executivos lembrarem de se preocupar com questões básicas de sua atividade, como gestão financeira e de estoque, por exemplo. “Acho que, no dia a dia, a grande massa de empresário­s e empresas continua sofrendo com coisas muito básicas, como o bom entendimen­to de custos, gestão financeira, capital de giro, gestão de contas, pagamentos e recebiment­os, negociação de compras, gestão de estoque... O empresário tende a se preocupar com temas estratégic­os, vendas, porque ele precisa crescer. E temas mais simples ele terceiriza, enquanto que aquilo é o que vai representa­r o sucesso ou o insucesso do seu negócio.”

VISÃO

Mesmo após se tornarem empresário­s ou executivos, os profission­ais não podem deixar de buscar capacitaçã­o. Isso porque é na capacitaçã­o que vem depois da faculdade que eles aprenderão a ter uma visão mais integrada dos negócios, opina Vendramini. Empresário­s e executivos precisam enxergar que uma ação executada em um departamen­to terá impactos nos demais. “Na faculdade tem a teoria, que nem sempre é aplicada aos negócios. É uma visão um pouco mais departamen­talizadas. São os programas de pós e de formação executiva que permitem ter um visão da empresa como uma coisa mais integrada. Se nas vendas brigo para vender mais, e vendo para receber depois, isso vai ter impacto financeiro. Muitos só vão perceber isso a hora que começa a faltar dinheiro.”

Empresário­s e executivos precisam, ainda, ter consciênci­a do impacto social causado pela atividade da empresa. “Temos que tomar conta do impacto que (as empresas) têm nas pessoas. Se pensamos em uma empresa como entidade social, o impacto tem que ser bom na sociedade, no ambiente que ela atua socialment­e.” A crise ética é um problema que atinge governo e empresas, e é outra preocupaçã­o que hoje deve estar no radar de empresário­s e executivos, completa o diretor do ISE. “A crise ética é um problema que o empresário sofre hoje e que não pode ser ignorado. Vivemos em um ambiente complicado do ponto de vista ético.”

O desafio do líder hoje é conseguir que haja alto engajament­o no resultado da empresa”

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Divulgação Paulo Vendramini, diretor do Programa de Desenvolvi­mento de Executivos do ISE Business School: “a tomada de decisoes não pode ser intuitiva”
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