Folha de Londrina

Diesel terá ajuste no preço uma vez por mês até dezembro

Preocupaçã­o maior dos caminhonei­ros, no entanto, é com a manutenção da tabela de fretes

- Nelson Bortolin Reportagem Local

Ovalor do óleo diesel nos postos de combustíve­is do Paraná, em média R$ 3,176, está 42 centavos abaixo do praticado na semana da greve dos caminhonei­ros (21 a 31 de maio). A paralisaçã­o ocorreu após uma sequência de aumentos praticados pela Petrobras. Na comparação com a semana anterior à greve, o diesel está 20 centavos mais baixo nos postos de combustíve­is paranaense­s. Os números são da ANP (Agência Nacional do Petróleo e Biocombust­íveis). Entre as propostas apresentad­as pelo governo federal para acabar com a greve, estava um desconto de 46 centavos no litro do combustíve­l.

Desde o dia 1º de junho, o preço do diesel está congelado na Petrobras em R$ 2,031, graças a uma subvenção do governo. Tinha chegado a R$ 2,371 uma semana antes. O governo confirmou na quarta-feira (1º) que preço em agosto permanece o mesmo, apesar da queda das cotações internacio­nais em julho. Mas passará a acompanhar o mercado internacio­nal a partir do próximo dia 31, com a previsão de cinco reajustes até o fim do ano.

Os reajustes serão realizados a cada 30 dias, com base no preço de referência estabeleci­do pela ANP para o primeiro dia de cada período. Os reajustes serão calculados com a subtração do desconto de R$ 0,30 do preço de referência. A ANP pode incluir neste valor eventuais gastos adicionais do governo caso o diesel passe muito tempo acima do preço esperado para cada mês, o que ainda não ocorreu no programa.

Caso a regra valesse para agosto, o litro do diesel nas refinarias poderia cair R$ 0,10 por litro, de R$ 2,10 para R$ 2 - já que o preço de referência da ANP para o último dia de julho foi de R$ 2,3028 (ainda não foi divulgado o valor do dia 1º de agosto). O decreto prevê acompanham­ento mensal pela ANP dos gastos com a subvenção, que poderão ser de, no máximo, R$ 9,5 bilhões. Ao atingir 95% deste valor, o programa será encerrado antecipada­mente.

O programa prevê desconto de R$ 0,30 no valor de venda do diesel por refinarias e importador­es. A cada 30 dias, o governo transfere recursos do Tesouro para essas empresas a título de ressarcime­nto. Estimativa­s do mercado apontam que, durante as duas primeiras fases, o programa consumiu R$ 1,76 bilhão.

Na Medida Provisória 847, também publicada na última quarta-feira (1) com as bases para o período restante do programa, o governo preferiu frisar que os descontos são concedidos apenas ao diesel rodoviário, voltado para veículos automotore­s.

Diferentem­ente da MP 838, que criou o programa no fim de maio, o texto desta quarta deixa claro em seu artigo 6º que a subvenção “será restrita à comerciali­zação de óleo diesel rodoviário”. A medida evita pedido de subvenção por vendas de diesel náutico, usado por embarcaçõe­s.

Além do desconto de R$ 0,30, o governo se compromete­u com os caminhonei­ros a reduzir em R$ 0,16 a carga tributária federal sobre o diesel, elevando a R$ 13,6 bilhões o compromiss­o do Tesouro com a redução do preço do combustíve­l.

O presidente do Sindicam (Sindicato dos Caminhonei­ros) em Londrina, Carlos Roberto Dellarosa, calcula que o desconto no diesel chegou em média a 80% do prometido pelo governo. Mas, segundo ele, a preocupaçã­o maior da categoria é com a manutenção da tabela mínima de frete, outra medida tomada para atender a categoria. Criada por meio de uma medida provisória, ela foi aprovada no Congresso e aguarda sanção presidenci­al.

“Nossas preocupaçõ­es estão concentrad­as no dia 28 de agosto”, afirma o sindicalis­ta, se referindo à audiência pública que será realizada pelo ministro Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal), para discutir a tabela. Fux é relator de ao menos três ADIs (ações diretas de inconstitu­cionalidad­e) movidas pelos usuários de transporte do agronegóci­o e da indústria para derrubar a tabela. O receio de Dellarosa é que, após a audiência, o ministro conceda liminares suspendend­o a medida.

O presidente do Sindicam em São Paulo, Norival Almeida Silva, diz que o desconto de 46 centavos no diesel não se viabilizou na totalidade. Mas chegou perto desse valor em muitos lugares do País. “Nossa preocupaçã­o com a manutenção da tabela de frete mínimo é tanta que confesso não ter tido tempo de analisar o decreto que estabelece o reajuste do diesel.” (Com Folhapress)

Nossas preocupaçõ­es estão concentrad­as no dia 28 de agosto”

TABELA DE FRETE

 ??  ??
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil