Folha de Londrina

Sistema de agroflores­ta ajuda o cultivo de flores

Produtora da região do Limoeiro diz que consórcio com outras culturas contribui para reter a umidade do solo

- Victor Lopes Reportagem Local

A maior dificuldad­e até aqui, sem dúvida, é a mão de obra para a preparação do solo, que gera custo”

Maria Aparecida Toledo Piza trabalhou mais de três décadas na área de enfermagem e ainda se formou em Tecnologia e Processame­nto de Dados. A proativa moradora da região da Fazenda Nata, no Limoeiro, entrou para a associação da localidade como voluntária e percebeu como havia muitos proprietár­ios de pequenas áreas com terra inativa. “Muita braquiária sem boi pastando”, brinca ela. Terra parada é sem, dúvida, sinônimo de perda de dinheiro.

Maria Piza, que já havia trabalhado com orquidário com orientação do professor Ricardo Faria, da UEL, o convidou para conversar com os moradores da região, no início de 2017. Para sua surpresa, o papo foi sobre flores tropicais ao invés de orquídeas. “Dessa reunião saíram pessoas interessad­as e eu me tornei a coordenado­ra do projeto dentro do município.”

Agora, as 15 produtoras estão investindo em suas áreas e começando o trabalho gradativo com as mudas. “Quatro delas já estão sendo acompanhad­as pelo Sebrae. Uma vez por mês estamos nos reunindo (em consultori­a) para o andamento do projeto e sua viabilidad­e econômica. No dia 7 de agosto teremos uma nova reunião”, adianta.

As projeções da coordenado­ra são as melhores possíveis para, quem sabe, num futuro próximo chegar a ter uma “ceasa de flores” em Londrina, como já acontece em São Paulo. “Quanto mais produtores se juntarem, mais oportunida­de teremos para conseguir um volume maior de produção. Londrina hoje não tem um polo de flores... já levei algumas amostras para a feira de orgânicos que realizamos, mas ainda não comerciali­zei.”

A produtora dedica em torno de 500 metros quadrados de sua área para a produção das flores, e as mudas já foram plantadas há aproximada­mente um ano. “A maior dificuldad­e até aqui, sem dúvida, é a mão de obra para a preparação do solo, que gera custo. Em relação às plantas, embora elas sejam de sol pleno, eu ainda tenho encontrado dificuldad­e porque não tenho sistema de irrigação e elas estão sofrendo com o clima, por isso o sistema de agroflores­ta acaba sendo interessan­te.”

Ela explica que esse consórcio com outras culturas tem ajudado bastante as flores, retendo a umidade do solo. “Ano passado plantei com alface orgânica e agora aumentei a diversidad­e, com mandioca, mamão, milho de pamonha, rabanete, entre outras culturas. Gosto das flores, elas me trouxeram qualidade de vida e o projeto tem tudo para dar certo”, projeta.

 ?? Ricardo Chicarelli ?? Maria Piza dedica em torno de 500 metros quadrados de sua chácara para a produção das flores: mudas foram plantadas há cerca de um ano
Ricardo Chicarelli Maria Piza dedica em torno de 500 metros quadrados de sua chácara para a produção das flores: mudas foram plantadas há cerca de um ano
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