Pepe: ‘Antigamente, o jogador sentia muito mais as derrotas’
Bicampeão mundial pela seleção brasileira (1958 e 1962) e pelo Santos (1962 e 1963), o ex-atacante Pepe esteve na última sexta-feira (3) em Londrina para divulgar o seu livro “Pepe - O Canhão da Vila”, escrito por sua filha, a jornalista Gisa Macia. No evento, o ídolo do Peixe respondeu a variadas perguntas de torcedores sobre a carreira como atleta e técnico. “O livro trata de histórias engraçadas da minha carreira, desde a infância, até minha vida como jogador, técnico e a vida depois da aposentadoria”, definiu.
Clube em que atuou durante toda a sua carreira, de 1954 a 1969, Pepe marcou 405 gols e se tornou o segundo maior artilheiro do Santos, atrás apenas de Pelé, com 1.091. “Sou o maior artilheiro humano do Santos, porque o Pelé é de outro mundo”, brinca.
Aos 83 anos, Pepe também relembrou da goleada por 7 a 1 que o time santista aplicou no Londrina em 1957, em amistoso no estádio VGD. “Tinha um jogador (Vevera) que morava em Santos e através dele fiquei sabendo da grandeza do Londrina, que era um time muito organizado. Mas o Santos veio aqui e goleou. Não era surpresa, porque tínhamos um grande time e sempre estávamos pensando em jogar melhor para sermos convocados para a seleção, já que no próximo ano teria a Copa na Suécia. Esse jogo fez parte das coisas boas da minha vida.”
Perguntado sobre a situação atual do futebol brasileiro e da seleção, Pepe comentou que falta identificação dos jogadores com a camisa canarinho. “São atletas que jogam no exterior e quase todos realizados financeiramente. Não vou dizer que não se esforçam, mas antigamente a gente sentia muito mais as derrotas, porque a gente ficava aqui para pagar o pato.”
É o quarto maior artilheiro de clubes brasileiros, ficando atrás de Pelé, Roberto Dinamite (620 gols pelo Vasco) e Zico (500 gols pelo Flamengo)
No Paraná, o bicampeão mundial teve passagens na década de 1990 como técnico do Coritiba e do Atlético Paranaense